O termo infecção hospitalar costuma ser muito utilizado pelo público em geral e por profissionais de saúde. Esses casos preocupam muito a comunidade médica e os pacientes. Mas, afinal, você sabe realmente o que isso significa?
Neste post, você terá mais informações sobre o assunto e poderá entender maneiras de minimizar os riscos. As medidas de prevenção dependem de atitudes adotadas no dia a dia por todos os colaboradores de um ambiente hospitalar, além de pacientes e seus familiares.
Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que a taxa de infecção hospitalar atinja até 14% das internações no Brasil, levando em conta hospitais públicos e privados, além de serviços médicos de outras categorias, como clínicas de diálise e locais de cuidados a longo prazo.
No mundo, dos 234 milhões de pacientes que passam por procedimentos cirúrgicos anualmente, 7 milhões sofrem complicações pós-operatórias relacionadas às infecções hospitalares e 1 milhão morrem, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
A OMS afirma ainda que 70% dos registros poderiam ser evitados com medidas de prevenção, como a higienização correta das mãos e dos ambientes hospitalares, o isolamento de pacientes com doenças infecciosas e o uso consciente de medicamentos.
As infecções hospitalares aumentam o tempo de internação dos pacientes, elevam os custos dos serviços médicos e prejudicam as famílias, com efeitos negativos inclusive sobre as atividades econômicas dos países.
O que é infecção hospitalar?
Primeiramente, é importante destacar que a falta de acesso a serviços básicos de higiene, como água e sabão ou álcool em gel, afeta metade das unidades de saúde em todo o mundo, sobretudo, nos países pobres, de acordo com informações da OMS.
Dessa maneira, a higienização das mãos fica prejudicada e torna-se um dos principais vetores de transmissão de agentes infecciosos. Os micro-organismos usam a fragilidade do sistema imunológico do paciente que está em tratamento hospitalar para se proliferar.
Então, por definição, quando um paciente acaba sendo infectado enquanto recebe cuidados de saúde para outra condição médica, em ambiente hospitalar e sem relação com a doença pré-existente, ele acaba sofrendo uma infecção hospitalar.
Toda infecção que ocorre durante o tratamento hospitalar ou até 72 horas após a admissão do paciente em uma instituição de saúde é considerada uma infecção hospitalar. Ela pode ter início durante a internação ou até mesmo após a alta do paciente.
Apesar de ser bastante utilizado e conhecido pelo público, o termo infecção hospitalar não está correto tecnicamente. A denominação certa, atualmente, segundo a Anvisa, é este: infecções relacionadas à assistência à saúde (com a sigla IRAS).
Entretanto, para facilitar o entendimento do conteúdo pelo público, o blog do Check Up Hospital vai continuar usando o termo infecção hospitalar.
Quais são os tipos mais comuns de infecção hospitalar?
Um relatório recente da OMS divulgado em maio de 2022 mostra que a cada 100 pacientes internados em UTIs, de 7 a 15 terão uma infecção hospitalar, dependendo do país onde estão recebendo os cuidados com a saúde.
Quanto menos desenvolvida for uma nação, maior o risco do paciente adquirir uma infecção hospitalar. Outro estudo apontou que apenas 15,2% das unidades de saúde do planeta atendem a todos os requisitos de qualidade para prestar atendimentos médicos.
As infecções hospitalares podem se manifestar de diversas maneiras. Porém, as mais comuns são as que agridem a corrente sanguínea e o trato urinário, incluindo bexiga e rins, associadas ao uso de cateter e à falta de higienização, segundo o Ministério da Saúde.
Outro tipo que possui muitos registros são as pneumonias relacionadas à contaminação por meio do uso de equipamentos de ventilação mecânica, como a intubação e os respiradores. Normalmente, as infecções são causadas por vírus, bactérias e fungos.
Os ambientes com maior número de infecções são as UTIs, enfermarias cirúrgicas e alas ortopédicas. Nesse sentido, os profissionais de saúde precisam adotar cuidado redobrado quando transitam desses setores para outros com menor risco.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por contabilizar os registros de infecções hospitalares, a partir das notificações de hospitais e instituições de saúde, tanto da rede pública quanto da privada.
A segurança do paciente e minimizar riscos de infecção hospitalar depende de ações preventivas
De acordo com a Anvisa, apesar de a higienização das mãos ser reconhecida mundialmente como uma medida eficaz e fundamental para o controle de infecções, a adesão constante ainda é baixa, em média, entre os profissionais de saúde.
Para garantir bons índices de controle de infecções relacionadas à assistência à saúde, todos os profissionais de um hospital devem estar envolvidos. Nesse contexto, os gestores e o Núcleo de Segurança do Paciente precisam estabelecer medidas preventivas.
Esses protocolos necessitam ser seguidos por todos os profissionais de saúde, para qualquer atendimento médico, independentemente da suspeita ou não de contaminação do paciente, porque minimizam significativamente os riscos de infecção hospitalar.
Recomendações gerais:
- Lavar as mãos com água e sabonete ou friccionar as mãos com álcool 70% – nesse último caso, somente se as mãos não estiverem visivelmente sujas – antes e depois do contato com os pacientes, após a remoção das luvas e depois de contato com secreções.
- As luvas devem ser usadas quando houver risco de contato com sangue, secreções e membranas ou mucosas do paciente. É preciso vesti-las imediatamente antes do contato com o paciente, retirá-las em seguida e higienizar as mãos. Além disso, precisam ser utilizadas nos casos em que o paciente possui doenças infecciosas.
- O uso de óculos protetores, máscaras e avental deve ser feito sempre que houver necessidade de proteger as mucosas dos olhos, nariz, boca, superfícies corporais e roupas.
- Quando não houver disponibilidade de quartos ou leitos individuais, deve-se respeitar a distância mínima de 1 metro entre leitos diferentes em um mesmo ambiente.
- Todos os suprimentos descartáveis utilizados, como agulhas e seringas, devem ser depositados em recipientes apropriados e com a identificação adequada, evitando o risco de contato com qualquer profissional de saúde, paciente e outros colaboradores envolvidos.
- Equipamentos que entram em contato direto com o corpo do paciente, como termômetros e estetoscópios, devem ser utilizados exclusivamente para aquela pessoa que está sendo tratada.
Higienização das mãos: uma das medidas mais eficazes de prevenção de infecções hospitalares
Vale destacar que essa é a medida individual mais simples para prevenir as infecções hospitalares, que deve ser praticada por todas as pessoas envolvidas em um ambiente hospitalar, sejam profissionais de saúde, pacientes, cuidadores e acompanhantes.
A higienização das mãos deve ser feita sempre com água e sabonete, de preferência líquido, para evitar a contaminação. Outra opção é a preparação alcoólica (gel, líquido e espuma).
Veja o passo a passo para higienizar bem as mãos e, desse modo, evitar contaminações:
- Molhe as mãos com água.
- Aplique quantidade suficiente de sabonete líquido para preencher toda a superfície das palmas das mãos.
- Friccione as palmas das mãos entre si.
- Depois, friccione a palma da mão com o dorso da mão oposta, entrelaçando os dedos.
- Friccione todas as partes das mãos e dedos com movimento circulares.
- Enxague bem.
- Seque as mãos com toalha descartável. Utilize papel toalha caso precise de contato manual para fechar as torneiras.
- Aguarde de 30 a 60 segundos para as suas mãos ficarem livres de agentes infecciosos naquele momento.
Além de sempre higienizar as mãos antes do preparo de alimentos, antes e depois das refeições e após ir ao banheiro, para evitar contaminações em casa, a higiene das mãos nos serviços de saúde deve ser feita em pelo menos cinco momentos.
5 momentos de contato para segurança do paciente
Preste atenção se os profissionais do ambiente hospitalar estão praticando estas ações e não tenha receio de solicitá-las, caso necessário:
- Antes de alguém lhe tocar.
- Antes da realização de procedimentos como a inserção de cateter venoso.
- Após procedimentos que possam levar à exposição a fluidos corporais, tais como coleta de sangue e limpeza de feridas.
- Após alguém lhe tocar.
- Antes e depois de alguém tocar em objetos próximos aos pacientes, como no leito, grades da cama e prontuário.
Todos os pacientes possuem o direito de pedir informações aos profissionais de saúde e verificar se as melhores práticas de higiene estão sendo realizadas. Isso auxilia na melhora da qualidade universal dos serviços de saúde.
Nesse contexto, a limpeza do ambiente hospitalar também possui papel essencial para a segurança do paciente e minimizar riscos de infecção hospitalar, já que os agentes infecciosos podem contaminar superfícies, equipamentos e objetos, disseminando doenças no ambiente hospitalar.
Resistência aos medicamentos
Cerca de 10% dos pacientes afetados por uma infecção hospitalar morrem, segundo dados divulgados pela OMS. Já especificamente em relação às pessoas infectadas por microrganismos, como bactérias, a mortalidade pode ser três vezes maior.
Isso acontece, principalmente, pela resistência que os agentes infecciosos desenvolvem em relação aos medicamentos, que tornam-se ineficazes e sem efeitos para o tratamento médico, aumentando o risco da proliferação de doenças, de casos graves e mortes.
A resistência dos microrganismos, sobretudo, aos antibióticos, resulta do uso indiscriminado e sem orientação médica de diversos tipos de medicamentos, ou até mesmo de práticas inadequadas em algumas instituições de saúde.
Algumas dicas importantes:
- Nunca utilize antibióticos e outros remédios sem prescrição médica.
- Utilize os medicamentos apenas pelo período e na quantidade recomendada pelo seu médico.
- Não siga conselhos de amigos, conhecidos e familiares sobre o uso de medicamentos.
- Não use medicamentos que sobraram de tratamentos anteriores.
Qual é a diferença entre infecção hospitalar e sepse?
Muitas pessoas costumam confundir infecção hospitalar com sepse. Porém, os termos, no meio médico, apontam situações diferentes. O conceito de infecção hospitalar já foi explicado nos tópicos acima.
Já a sepse, é o resultado da reação exagerada do corpo a uma infecção. É considerada uma manifestação desregulada do organismo durante a resposta do sistema imunológico a um agente infeccioso.
Dessa maneira, o corpo libera substâncias químicas na corrente sanguínea para combater a infecção, porém, pode ocorrer uma inflamação em todo o corpo, danificando órgãos e sistemas, principalmente, o cardiovascular, o respiratório e o circulatório.
A situação pode se agravar, causando um choque séptico e levando à morte.
Conheça alguns conceitos ligados à Segurança do Paciente
- Eventos adversos: são problemas que ocorreram com os pacientes durante a internação ou atendimento em serviços e estabelecimentos de saúde, ou por consequência da utilização de medicamentos ou equipamentos médico-hospitalares.
- Incidentes: eventos ou circunstâncias que poderiam ter resultado, ou resultaram, em dano desnecessário à saúde do paciente.
- Núcleo de Segurança do Paciente: instância do serviço de saúde ou do hospital criada para promover e apoiar a implementação de ações voltadas à segurança do paciente. Saiba mais sobre o NSP do Check Up Hospital neste post.
- Plano de Segurança do Paciente: documento que aponta situações de risco e descreve as estratégias e ações definidas pelo serviço de saúde para a gestão de risco, para prevenir e mitigar os erros, desde a admissão até a transferência ou a alta do paciente.
Contribua para minimizar os riscos de infecções para sua segurança como paciente
Ao utilizar um serviço de saúde ou visitar algum paciente, pergunte como você pode ajudar a prevenir as infecções hospitalares. Faça perguntas e tire todas suas dúvidas com o profissional de saúde que estiver realizando o atendimento ou o tratamento.
- Não sente no leito do paciente.
- Não toque em outros pacientes e nem nos pertences dele.
- Evite tocar nos seus olhos, nariz e boca.
- Cubra nariz e boca com papel descartável quando tossir ou espirrar, e descarte-o após o uso.
- Mantenha atualizada sua carteira de vacinação. Vacine-se contra a influenza (gripe) e outras infecções para evitar complicações.
Adote hábitos saudáveis para manter sua qualidade de vida, bem-estar e o sistema imunológico fortalecido para combater possíveis infecções e evitar casos graves.
No Check Up Hospital, contamos com uma equipe médica e de profissionais de saúde altamente qualificada, que promove atendimento humanizado, preciso e confiável, com foco na segurança do paciente e em minimizar riscos de infecção hospitalar.
Além disso, nosso Pronto Atendimento Adulto 24h está preparado para oferecer assistência imediata em casos de emergência. Para pacientes que necessitam de intervenção cirúrgica, nosso Centro Cirúrgico e equipe de profissionais capacitados garantem qualidade em todo o procedimento e pós-operatório.
Realize check-ups médicos regularmente. Você pode contar com o Check Up Hospital para suas consultas e exames médicos.
Caso prefira fazer o agendamento por telefone ou pelo WhatsApp, ou se ficou com alguma dúvida, abaixo estão os contatos à sua disposição:
- Central de Atendimento: (92) 2125-5959
- WhatsApp: (92) 99116-6045 (serviços hospitalares de consultas e exames médicos)
- WhatsApp: (92) 99116-6003 (exclusivo para exames laboratoriais)
- Telefone da Emergência: (92) 2125-5999
Referências:
Anvisa: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/servicosdesaude/seguranca-do-paciente
Ministério da Saúde: https://bvsms.saude.gov.br/15-5-dia-nacional-do-controle-das-infeccoes-hospitalares-4/
OMS: https://www.paho.org/pt/noticias/6-5-2022-oms-lanca-primeiro-relatorio-mundial-sobre-prevencao-e-controle-infeccoes
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