Você ou alguém da sua família já passou por episódios como estes? Dores em diferentes partes do corpo sem causa aparente, problemas de memória ou distúrbios do sono?
Esses sintomas afetam a vida de milhões de brasileiros diariamente e podem ser indícios de doenças crônicas sem cura. Porém, a boa notícia é que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado evitam a progressão desses problemas de saúde.
A campanha Fevereiro Roxo tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preciso e do tratamento apropriado para três doenças crônicas incuráveis: Alzheimer, fibromialgia e lúpus.
Portanto, o controle dessas doenças depende de três aspectos fundamentais: o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e a adoção de hábitos saudáveis. Dessa maneira, os pacientes conseguem manter sua rotina e viver durante muitos anos com qualidade.
Estudos apontam que a incidência dessas doenças terá alta ao longo dos próximos anos no Brasil, devido ao aumento da expectativa de vida, ao estilo de vida atual nas grandes cidades e aos hábitos que prejudicam a saúde.
Entre os três problemas de saúde abordados no Fevereiro Roxo, a fibromialgia é a mais comum e afeta 3% da população brasileira. Fatores como estresse, ansiedade, má alimentação e sedentarismo pioram o estado de inflamação crônica causado pela doença.
Os tratamentos dessas doenças incluem o uso de medicamentos e acompanhamento clínico, além de fisioterapia, fonoterapia, nutricionista e psicoterapia. Os pacientes também devem praticar exercícios físicos e atividades que estimulem as funções cerebrais.
As causas dessas doenças não são totalmente conhecidas, mas envolvem fatores genéticos, hereditários e ambientais. O tabagismo e o alcoolismo podem agravar os sintomas e prejudicar o tratamento médico.
Veja mais informações sobre estas doenças que afetam milhões de pessoas no Brasil e no mundo.
Alzheimer: a principal causa global de demência
O Ministério da Saúde classifica a Doença de Alzheimer (DA) como um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, além do comprometimento para a realização das atividades diárias do paciente.
O Alzheimer tem como principal causa a morte das células cerebrais, o que acaba afetando funções como memória, coordenação e linguagem. Normalmente, a doença atinge pessoas acima dos 65 anos, sendo considerada a forma mais comum de demência.
No Brasil, metade dos casos de demência é causada pelo Alzheimer, e o País tem cerca de 1,2 milhão de pacientes com a doença.
Eletroencefalograma (EEG): como o exame pode prevenir o Alzheimer?
O eletroencefalograma (EEG) se mostrou muito eficaz no diagnóstico do Mal de Alzheimer. Essa foi a conclusão de uma pesquisa feita pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) e pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Os resultados obtidos pelo EEG mostram que pacientes com Alzheimer têm diminuição de componentes elétricos cerebrais de alta frequência, assim como um aumento dos que possuem baixa frequência. Ou seja, é possível diagnosticar a doença por meio do EEG.
Como o Alzheimer se desenvolve de forma assintomática durante muitos anos, o eletroencefalograma possui papel fundamental no diagnóstico precoce e no tratamento da doença.
Como é feito o eletroencefalograma?
Por meio de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo do paciente e conectados a um aparelho específico, os sinais elétricos cerebrais do paciente são transformados em um gráfico, ajudando a identificar alterações nas atividades elétricas do cérebro.
Existem contraindicações?
Não há contraindicações para a realização do eletroencefalograma, e pessoas de qualquer idade podem fazer o exame, desde recém-nascidos até idosos. o EEG é um exame não invasivo e seguro, indicado para a prevenção e o diagnóstico precoce do Alzheimer.
Como se preparar para o exame?
As únicas recomendações são que o paciente esteja bem alimentado e com o cabelo limpo e seco. No caso de crianças, recomenda-se que elas durmam menos na noite anterior ao exame para facilitar a indução do sono durante o procedimento.
O diagnóstico precoce de uma doença cerebral como o Alzheimer permite o início do tratamento adequado o mais rápido possível, aumentando as chances de retardar significativamente os prejuízos à saúde e controlar a doença.
Principais sintomas do Alzheimer
O sintoma mais característico da doença e que já indica a progressão do Alzheimer é a perda de memória recente. Outras manifestações incluem:
- Alteração na audição.
- Desorientação em relação ao tempo e espaço.
- Confusão mental e problemas motores.
- Falta de concentração.
- Problemas de linguagem e nas habilidades visuais.
- Dificuldade em realizar tarefas que antes eram consideradas simples.
- Alterações de humor e agressividade.
- Distúrbios cognitivos e de personalidade.
O Alzheimer pode ser tratado por psiquiatras, geriatras e neurologistas, por meio de medicamentos que minimizam os distúrbios da doença e reduzem a progressão da doença, permitindo mais qualidade de vida e autonomia para o paciente realizar suas atividades.
Fibromialgia: a mais comum das três doenças abordadas no Fevereiro Roxo
A literatura médica classifica a fibromialgia como uma síndrome crônica que provoca dor generalizada e não tem causa definida, considerada uma das doenças reumatológicas mais frequentes entre a população em geral.
As causas da fibromialgia ainda não são totalmente conhecidas, mas estão relacionadas a distúrbios neurológicos e de conexões do sistema nervoso do paciente ligados à percepção da dor e à sensação que ela proporciona no organismo.
No Brasil, estima-se que 3% da população viva com a doença, sendo que 90% dos pacientes afetados são mulheres. No mundo, ela atinge de 2% e 4% das pessoas e, geralmente, na faixa etária entre 30 e 55 anos.
A fibromialgia provoca um estado inflamatório crônico e generalizado que dura mais de 3 meses e atinge, principalmente, os músculos e as articulações.
Outros agravantes da síndrome são depressão ou ansiedade, que pode afetar entre 30% e 50% dos pacientes. O desequilíbrio hormonal, a tensão e o estresse são considerados gatilhos de crises de fibromialgia e agravam os quadros da doença.
Muitas vezes, os exames não demonstram evidências dessas inflamações no corpo do paciente, por isso, a investigação médica multidisciplinar é essencial para a realização do diagnóstico precoce e do tratamento eficaz para o controle da doença.
O principal sintoma é a sensação de dor em situações simples, como em um aperto de mão ou abraço. Há também outros sinais que indicam a doença:
- Alterações no sono.
- Problemas de memória.
- Dificuldade de concentração.
- Cansaço e fadiga.
- Tonturas.
- Transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão.
- Formigamento ou dormência nas extremidades do corpo.
- Alterações intestinais e urinárias.
- Sensibilidade ao frio.
É possível prevenir a fibromialgia?
Não existem formas de prevenção, mas há medidas que controlam os sintomas e mantém a qualidade de vida do paciente. O primeiro deles envolve manter um estilo de vida saudável e evitar o estresse, considerado o principal gatilho para desencadear as crises de dor.
Portanto, é recomendada a prática regular de atividades físicas aeróbicas, adotar uma dieta nutritiva e equilibrada, hidratar-se bem, limitar o consumo de bebidas alcoólicas, não fumar e ter um sono de qualidade.
Já para o tratamento, os pacientes precisam usar medicamentos, como antidepressivos, analgésicos e relaxantes musculares, para melhorar a qualidade do sono, a disposição e, sobretudo, diminuir a dor.
Além disso, os pacientes precisam fazer atividades físicas regulares que envolvam alongamento, relaxamento, exercícios aeróbicos e fisioterapia. Por último, é preciso realizar acompanhamento médico regular com médicos especialistas e psicólogos.
Lúpus: doença inflamatória autoimune que exige o diagnóstico preciso
O lúpus é uma doença inflamatória autoimune, ou seja, quando o próprio sistema imunológico começa a atacar as células saudáveis do organismo.
A doença pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações, rins, coração, pulmões e cérebro. Em casos mais graves, se não tratada adequadamente, causa a morte.
Sem origem ou causa determinada, o lúpus pode estar relacionado a fatores genéticos, hormonais, ambientais, infecções, uso indevido de medicamentos e até ao estresse.
O diagnóstico da doença não é tão simples, porque os sintomas podem variar muito de pessoa para pessoa, mudam com o passar do tempo e podem ser confundidos com sinais de outras doenças.
Por isso, ainda não há nenhum teste específico para diagnosticar o lúpus, mas alguns exames são utilizados: avaliação clínica dos sintomas, exames laboratoriais de anticorpos, hemograma completo, radiografia do tórax, biópsia renal e exame de urina.
O lúpus é mais comum em mulheres, mas também pode afetar crianças e homens de qualquer faixa etária, e costuma ser diagnosticado entre os 15 e os 40 anos.
No mundo, cerca de 3,5 milhões de pessoas possuem essa condição de saúde, considerada rara. Já no Brasil, cerca de 65 mil pessoas têm o diagnóstico da doença. O lúpus, quando afeta crianças, apresenta complicações mais graves do que em adultos.
Quais são os sintomas do lúpus?
A maioria dos pacientes apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em crises, nas quais se agravam durante um período de tempo e depois têm remissão. Entre os principais sintomas, vale destacar:
- Fadiga.
- Febre.
- Dor nas articulações.
- Rigidez muscular e inchaços.
- Rash cutâneo: vermelhidão na face em forma de “borboleta” sobre as bochechas e a ponta do nariz.
- Lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol.
- Dificuldade para respirar.
- Dor no peito ao inspirar profundamente.
- Sensibilidade exagerada à luz do sol.
- Dor de cabeça, confusão mental e perda de memória.
- Linfonodos (gânglios) aumentados.
- Queda de cabelo.
- Feridas na boca.
- Desconforto geral, ansiedade, depressão e mal-estar.
O tratamento exige orientação médica e pode incluir:
- Anti-inflamatórios para diminuir a dor.
- Uso contínuo de protetor solar para as lesões de pele.
- Pomadas com corticoide para tratar pequenas lesões na pele.
- Hidroxicloroquina.
- Corticoides de baixa dosagem para os sintomas de pele e artrite.
- Alta dosagem de corticoides ou medicamentos para diminuir a resposta do sistema imunológico do corpo (imunossupressores).
- Drogas citotóxicas (que bloqueiam o crescimento celular), quando não houver melhora com corticoides.
- Uso de antidepressivos.
- Adoção de hábitos saudáveis.
Quais são os principais cuidados que uma pessoa com lúpus deve adotar?
Os pacientes que têm lúpus precisam realizar o acompanhamento médico regular, com consultas e exames periódicos, não abandonar o tratamento e adotar outros cuidados especiais:
- Ter uma dieta equilibrada e nutritiva, com pouco sal e rica em cálcio.
- Praticar atividades físicas regularmente.
- Evitar a exposição ao sol e, quando não for possível, utilizar produtos com alto fator de proteção solar (FPS).
- Tratar comorbidades que podem agravar o quadro do paciente, como hipertensão e osteoporose.
- Fazer reposição de vitamina D.
- Não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
Nunca negligencie possíveis sintomas que você possa estar sentindo. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado mantêm a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes, já que controlam a progressão de todas essas doenças.
Adote hábitos saudáveis e divulgue informações confiáveis sobre o Alzheimer, a fibromialgia e o lúpus, temas da campanha Fevereiro Roxo. Agende consultas médicas e exames regularmente para cuidar da sua saúde com a dedicação que ela merece.
Portanto, se você quer ter uma vida com mais qualidade e bem-estar, com menos risco de problemas de saúde, é importante realizar avaliações médicas periodicamente e manter hábitos saudáveis. Agende facilmente uma consulta com um médico ao tocar/clicar no botão abaixo:
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Referências:
Agência Gov: https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202402/fevereiro-roxo-e-laranja-plataforma-ideiasus-fiocruz-reforca-conscientizacao-para-um-cuidado-qualificado
Ministério da Saúde: https://www.gov.br/cetene/pt-br/assuntos/noticias/campanha-fevereiro-roxo-e-laranja
Sociedade Brasileira de Reumatologia: https://www.reumatologia.org.br/
