Cuidados com a saúde da mulher na menopausa

A menopausa é um assunto que preocupa as mulheres. Apesar de ser um estágio importante e que promove diversas mudanças no organismo, também é cercado de mitos e suposições.

Porém, pesquisas mostram que, realmente, a menopausa aumenta o risco de doenças, como as cardiovasculares. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a queda natural na produção de hormônios causa desequilíbrios no corpo. 

No entanto, com os cuidados adequados e a conscientização sobre fatores de risco e prevenção de doenças, as mulheres podem viver o período da menopausa com qualidade de vida, vitalidade e bem-estar.

Com o envelhecimento da população, mais de 1 bilhão de mulheres do mundo estarão na menopausa até 2030, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, aproximadamente 18 milhões de mulheres estão nesse período da vida atualmente. É importante ressaltar que essa fase demanda acompanhamento médico personalizado, para prevenir doenças e manter o bem-estar emocional.

Neste mês de celebração do Outubro Rosa, campanha dedicada à conscientização sobre a saúde das mulheres, lembre-se que ter uma vida saudável e com qualidade depende da realização de check-ups médicos preventivos e da adoção de hábitos saudáveis.

O que é a menopausa?

A menopausa corresponde ao fim da ovulação, da menstruação e da fase reprodutiva da mulher. Esse período inicia após a mulher ficar sem menstruar durante 12 meses, e não ocorre de forma repentina. 

O fluxo e a duração da menstruação ficam desregulados por alguns meses até pararem completamente, ou seja, esse processo chamado de climatério ocorre durante 12 meses, em média, e precede a menopausa.

A principal causa da menopausa é a queda na produção dos hormônios sexuais femininos, sobretudo o estrogênio, a partir do ovário. Os sintomas costumam se manifestar entre os 45 e 55 anos. No Brasil, a média é de 48,1 anos, segundo pesquisa da USP.

Quando a menopausa ocorre antes dos 40 anos, ela é classificada como precoce. Entretanto, mesmo ocorrendo antes dos 45 anos, já é preciso realizar um acompanhamento médico específico e preventivo para prevenir possíveis problemas de saúde.

A queda nos níveis do estrogênio e de outros hormônios afeta o funcionamento de todo o corpo feminino. Sintomas frequentes incluem ondas de calor súbito, suores noturnos, distúrbios no sono, ansiedade, depressão, alterações de humor e diminuição da libido.

Somente 50% das mulheres brasileiras que estão na menopausa realizam tratamentos adequados de reposição hormonal e outros problemas de saúde que surgem nessa fase da vida, aponta estudo conduzido por pesquisadores brasileiros.

Com a menor taxa de hormônios, o sistema urinário, os ossos e o coração também são afetados, aumentando o risco de infecções, osteoporose e doenças cardiovasculares. Portanto, a menopausa é constatada quando a mulher fica 1 ano sem menstruar.

Outros sintomas da menopausa

– Manifestações como dificuldade para esvaziar a bexiga, dor e pressa para urinar, perda de urina, infecções urinárias e ginecológicas e ressecamento vaginal.

– Queixas de irritabilidade, instabilidade emocional, choro descontrolado, melancolia, perda da memória e insônia.

– Alterações na pele, que perde o vigor, nos cabelos e nas unhas, que ficam mais finos e quebradiços.

– Mudanças na distribuição da gordura no corpo, fazendo com que se concentre mais na região abdominal.

– Dores nos seios, nas articulações e problemas intestinais, além de queda de cabelo.

A realização de consultas médicas e exames laboratoriais, assim que os sintomas surgem, é muito importante para que o ginecologista e o mastologista possam realizar o diagnóstico e iniciar a terapia de reposição hormonal necessária, quando recomendada. 

Por que é importante realizar avaliações médicas periódicas com mastologistas e ginecologistas nessa fase da vida?

Esses médicos especialistas na saúde feminina possuem conhecimento e experiência necessárias para realizar as melhores recomendações de saúde para a qualidade de vida e o bem-estar das mulheres que estão na menopausa. 

O médico mastologista faz o diagnóstico e o tratamento de doenças da mama, incluindo infecções, dores, inflamações, cistos, fibroadenomas (nódulos), assimetrias e outras anormalidades, que possuem maior prevalência após a menopausa.

Já o ginecologista é especialista na análise clínica, diagnóstico e tratamento das condições de saúde de todo o sistema reprodutivo da mulher, incluindo todas as questões que envolvem a menopausa e realizando a terapia de reposição hormonal quando necessário.

As avaliações médicas em mastologia e ginecologia desempenham papel vital nos cuidados com a saúde das mulheres durante a menopausa, além de recomendar os melhores hábitos para a prevenção de doenças que acometem as mulheres nessa fase da vida.

A menopausa afeta a produção dos hormônios femininos

Os hormônios desempenham um papel crucial em cada fase da vida das mulheres e o equilíbrio nos seus níveis é essencial para o bem-estar. São substâncias produzidas pelo sistema endócrino e estão presentes no organismo em diferentes tipos e níveis.

Dessa maneira, com o fim dos ciclos menstruais e da ovulação, que ocorre durante a menopausa, a produção de hormônios e os níveis dessas substâncias no organismo caem drasticamente, causando diversas alterações no corpo da mulher.

Um estudo da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) aponta que pelo menos 5,6 milhões de mulheres brasileiras não costumam consultar um ginecologista regularmente. 

Os dados mostram que 16,2 milhões não passam por consultas há mais de um ano e que 4 milhões nunca procuraram um médico especialista da área. Essa falta de cuidado agrava os problemas causados pela menopausa e prejudica a qualidade de vida das mulheres.

Como consequência, as mulheres deixam de realizar os tratamentos médicos exigidos nessa fase da vida, como a terapia de reposição hormonal. 

Quais são os principais hormônios femininos afetados pela menopausa?

Algumas mulheres podem não apresentar sintomas na menopausa, enquanto outras, como as que tiveram câncer de mama, possuem doenças cardiovasculares graves e problemas hepáticos, não podem realizar a terapia de reposição hormonal.

Os principais hormônios afetados pela menopausa são estes:

Hormônio luteinizante (LH): o hormônio luteinizante é responsável por estimular a produção de progesterona no organismo. Atua junto com o estrogênio no ciclo menstrual. Portanto, seu exame mede os níveis do hormônio e contribui para o diagnóstico da infertilidade.

Hormônio folículo estimulante (FSH): impulsiona a produção do estrogênio e o desenvolvimento de folículos nos ovários, por isso, fica praticamente ausente após a menopausa.

Testosterona: apesar de muitas pessoas relacionarem a testosterona apenas aos homens, esse hormônio também está presente no organismo feminino. Sua principal função, nas mulheres, está relacionada ao processo reprodutivo e de crescimento.

Hormônio paratireoidiano (PTH): o hormônio paratireoidiano atua junto com a calcitonina e contribui para manter o equilíbrio dos níveis de cálcio no sangue. Portanto, o exame é indicado principalmente para mulheres na menopausa;

Estrogênio: influencia na dilatação dos vasos sanguíneos, facilitando a circulação do sangue, além de trabalhar na proteção das artérias, atuando na prevenção de problemas como o infarto. Por isso, os níveis mais baixos na menopausa prejudicam a saúde.

Estradiol: a diminuição das taxas causa dislipidemia, que é o aumento do colesterol ruim (VLDL), responsável pela  formação de placas nas paredes das artérias, e a queda do colesterol bom (HDL), que retira o colesterol do sangue e leva para o fígado.

Dessa forma, é importante monitorar as taxas desses hormônios durante a menopausa, para prevenir possíveis problemas de saúde e outras condições que prejudicam a qualidade de vida e o bem-estar.

Principais exames para diagnosticar a menopausa

Mamografia: é fundamental para a detecção precoce do câncer de mama. Os médicos geralmente recomendam que as mulheres comecem a fazer mamografias a partir dos 40 anos, com a frequência variando de acordo com o risco individual.

Exames de sangue: avaliam parâmetros como colesterol, triglicerídeos, função renal e níveis hormonais da tireoide. A periodicidade desses exames e as medidas a serem tomadas dependem dos resultados e da orientação médica.

Papanicolau: em casos de resultados normais em dois exames consecutivos, realizados com um ano de intervalo, o exame de prevenção do colo do útero pode ser realizado em intervalos maiores.

Ultrassonografia Pélvica: verifica o estado de saúde dessa região do organismo e identifica problemas relacionais aos órgãos e estruturas femininas.

Densitometria Óssea: este exame é fundamental para diagnosticar condições como osteoporose e osteopenia. Se houver fatores de risco, o exame pode ser solicitado antes de a mulher chegar à menopausa.

Exames Clínicos: além dos exames de laboratório, os exames clínicos no consultório médico são muito importantes. Além da avaliação física geral, o médico pode identificar quaisquer anormalidade nas mamas ou na região pélvica. 

Fatores de risco que podem agravar os problemas de saúde durante a menopausa

1. Histórico familiar e fatores genéticos

O histórico familiar de doenças e os fatores genéticos elevam o risco de uma mulher desenvolver problemas de saúde na menopausa. É importante informar ao médico ginecologista ou mastologista sobre todos os casos que já foram diagnosticados na família.  

2. Obesidade

O excesso de peso está associado a várias condições, como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardíacas, problemas respiratórios e até câncer. A gordura corporal prejudica todo o processo metabólico do organismo, principalmente, na menopausa.

3. Sedentarismo

A falta de atividade física regular aumenta significativamente o risco de doenças crônicas na menopausa, já que os baixos níveis de hormônio elevam ainda mais as chances de surgimento de doenças. O sedentarismo é o 4º maior fator de risco para mortalidade.

4. Falta de acompanhamento médico

Esse fator prejudica as chances de cura de qualquer doença, já que o diagnóstico de problemas em estágio inicial potencializa significativamente o sucesso de um tratamento, principalmente após a menopausa.

5. Tabagismo, abuso de bebidas alcoólicas e dietas inadequadas. 

Dicas de hábitos saudáveis para prevenir doenças após a menopausa

1. Praticar atividades físicas – os exercícios reduzem os marcadores inflamatórios do organismo e ajudam a equilibrar as taxas de hormônio durante a terapia de reposição hormonal.

2. Ter uma alimentação saudável e uma dieta balanceada, rica em nutrientes. Ingerir frutas, verduras, legumes, grãos e alimentos ricos em fibras diariamente. Esse hábito ajuda a regular o metabolismo do organismo.

3. Evitar bebidas alcoólicas.

4. Não fumar.

5. Tentar manter o peso corporal adequado.

6. Reduzir a ingestão de carnes vermelhas e ultraprocessadas, além de alimentos industrializados.

7. Priorizar momentos de lazer com a família e as amigas.

8. Encontrar formas para reduzir o estresse do dia a dia.

9. Cuidar da qualidade do sono.

10. Manter-se hidratada.

Check-ups para cuidados com a saúde da mulher na menopausa

Lembre-se: para ter uma vida melhor e mais saudável, é preciso cuidar bem da sua saúde e ter hábitos saudáveis. E você pode contar com o Check Up Hospital para suas consultas e exames médicos regulares antes, durante e após a menopausa.

Realize check-ups da sua saúde regularmente. Você pode contar com o Check Up Hospital para suas consultas e exames médicos.

Referências:

OMS: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/menopause

Ministério da Saúde: https://bvsms.saude.gov.br/menopausa-e-climaterio/ 
BBC: https://www.bbc.com/portuguese/geral-48339993 (matéria publicada em maio de 2019)