A pressão alta, como também é conhecida a hipertensão arterial, pode ser considerada o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, as principais causas de morte no Brasil. Quando não controlada, leva a complicações como insuficiência cardíaca, problemas renais e AVCs.
A falta de tratamento para a hipertensão arterial prejudica de forma significativa a qualidade de vida e o bem-estar de milhões de brasileiros. Por ser uma doença crônica e desencadear graves consequências, a prevenção e o tratamento aparecem como fundamentais.
A pressão alta atinge ao menos 36 milhões de brasileiros. Cerca de 80% desses pacientes não fazem o tratamento adequado para controlar essa doença que surge de forma assintomática, e somente pode ser detectada por meio de check-ups médicos regulares.
O Dia Nacional da Prevenção e Controle da Hipertensão Arterial, celebrado todos os anos em 26/04, alerta sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença, que tem prevalência na população adulta brasileira em torno de 35%.
Quando um paciente é considerado hipertenso
Uma pessoa pode ser considerada hipertensa quando sua pressão sanguínea mantém-se frequentemente acima de 140 por 90 mmHg – chamada normalmente de ‘14 por 9’. Quando não controlada, a doença afeta o coração, os rins, o cérebro e outros órgãos.
A classificação para pré-hipertensão também tem uma diretriz, sendo definida por uma pressão entre 130 e 139 mmHg x 85 e 89 mmHg. A pressão considerada ótima deve estar abaixo 120 mmHg x 80 mmHg. A faixa entre 120 e 129 mmHg x 80 e 84 mmHg recebe a definição de “normal”.
Medir a pressão sanguínea regularmente segue como única forma de diagnosticar a doença precocemente. Pessoas acima de 20 anos devem verificar a pressão arterial pelo menos 1 vez por ano, diz o Ministério da Saúde. Se houver casos na família, a recomendação passa para 2 vezes.
Sintomas
Na maior parte dos casos, a pressão sanguínea alta não apresenta sintomas. Porém, para alguns pacientes, os sintomas podem ser:
- Tontura.
- Dor de cabeça.
- Zumbido no ouvido.
- Dor no peito.
- Fraqueza.
Para casos mais graves e avançados, há outros sinais que podem se manifestar:
- Alteração do movimento ou da sensibilidade em uma parte do corpo.
- Dificuldade de fala ou compreensão.
- Alteração no equilíbrio, na visão ou dificuldade para enxergar.
- Náusea ou vômito.
- Dificuldade para engolir.
- Perda da consciência (desmaio).
Fatores de risco para a hipertensão
O risco de hipertensão arterial aumenta com o passar da idade, alcançando entre 61,5% e 68% na faixa etária de 65 anos ou mais, em homens e mulheres, respectivamente, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Além do envelhecimento, do histórico familiar e de características genéticas, o estilo de vida e hábitos prejudiciais influenciam diretamente na probabilidade de uma pessoa ter hipertensão. Veja os principais:
- Alimentação inadequada.
- Tabagismo – eleva o risco de doenças cardiovasculares.
- Sedentarismo.
- Ganho repentino e excessivo de peso.
- Estresse.
- Consumo exagerado de sal – a OMS recomenda no máximo 5 gramas de sal por dia (pouco menos de uma colher de chá).
- Consumo excessivo de álcool – aumenta a pressão arterial e dificulta o tratamento.
- Glicemia, colesterol e triglicérides elevados.
- Obesidade ou sobrepeso – o coração é forçado a trabalhar mais.
- Sono inadequado e apneia do sono.
- Doenças renais, hipertireoidismo, uso excessivo de anti-inflamatórios, corticoides e alguns tipos de anticoncepcionais.
Dados sobre a hipertensão e suas consequências
As doenças cardiovasculares causam cerca de 400 mil mortes por ano no Brasil e a hipertensão, como já citado, é um dos principais fatores de risco para esses problemas de saúde.
O tratamento da pressão alta pode reduzir em até 70% as internações por emergências cardiovasculares, de acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas.
Dados de 2017 apontam que mais de 1,1 milhão de brasileiros foram internados por causa de doenças cardiovasculares naquele ano, sendo que 929,5 mil (82,2%) precisaram ir ao hospital de forma emergencial.
A Região Norte do Brasil abriga os Estados com as menores prevalências de diagnóstico de hipertensão arterial. O Pará (15,3%), seguido por Roraima (15,7%) e o Amazonas (16%), registra as menores taxas entre a população.
A OMS estima que cerca de 10 milhões de pessoas morrem, em média, anualmente por complicações da hipertensão globalmente. No Brasil, entre 30% e 35% da população acima de 18 anos têm hipertensão arterial e o índice passa de 60% entre os idosos.
Como prevenir a hipertensão
O acompanhamento médico regular, a realização de exames periódicos e adotar um estilo de vida saudável tornam-se medidas fundamentais na prevenção e no controle da hipertensão arterial. A doença pode acometer pessoas de qualquer idade, mas tem maior prevalência entre idosos, principalmente, e adultos.
Veja alguns hábitos que fazem parte da prevenção e do tratamento para o controle da pressão alta:
- Parar de fumar.
- Moderar o consumo de álcool e de açúcar – esse último favorece a obesidade e a resistência à insulina, que aumentam o risco de hipertensão.
- Adotar uma alimentação saudável.
- Manter o peso corporal adequado.
- Praticar exercícios regularmente – promove uma melhora metabólica de todo o organismo.
- Combater o estresse, aproveitando momentos de lazer e descontração.
- Consultar cardiologistas e outros médicos especialistas periodicamente.
- Controlar o diabetes, além dos níveis de colesterol e triglicérides.
Importância da dieta saudável
Em relação à dieta alimentar, alguma medidas precisam ser adotadas o quanto antes:
- Reduzir o consumo de sal e sódio, presente em excesso nos alimentos ultraprocessados, gordurosos e industrializados.
- Consumir alimentos in natura pelo menos 3 vezes por dia, como frutas, vegetais, grãos, cereais integrais, carnes magras, peixes e leguminosas.
- Aumentar o consumo de fibras e alternativas integrais.
- Evitar o uso de temperos prontos, buscando opções mais frescas e que ressaltem o sabor dos alimentos.
- Observar o rótulo dos produtos industrializados e não comprar os que têm alto teor de sódio, conservantes e açúcar.
Alimentos que devem fazer parte da dieta:
- Chocolate amargo (no mínimo 70% de cacau).
- Ômega 3, encontrado em peixes.
- Fibras: presente em aveia e cevada.
- Leguminosas, como feijão, grão-de-bico, lentilha e ervilha
- Alho e chá verde também auxiliam no controle da hipertensão.
- Frutas, verduras, legumes, cereais integrais e carnes magras.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia alerta que os alimentos ultraprocessados têm um impacto negativo muito relevante para a pressão arterial, além de favorecer o desenvolvimento de outras doenças.
De acordo com um levantamento do Ministério da Saúde, os brasileiros ingerem, em média, apenas meia unidade de fruta por dia, enquanto o recomendado fica entre três e quatro porções diárias.
O consumo de um alimento de forma isolada não produz um efeito substancial para o controle da hipertensão arterial. Os especialistas dizem que é preciso adotar e manter como parte da rotina uma dieta balanceada e rica em nutrientes de qualidade.
Veja opções saudáveis para substituir o sal e outros temperos artificiais que têm grande quantidade de sódio e afetam a pressão sanguínea:
- Ervas aromáticas frescas e especiarias, como manjericão, tomilho, hortelã, salsa, erva-doce, louro, coentro, açafrão e sálvia, pimenta do reino, curry, páprica, noz-moscada, canela, gengibre e cravo.
Alimentos que possuem pouco sódio e são ricos em potássio, nutriente que ajuda a controlar a hipertensão arterial:
- Ervilha, vegetais de cor verde-escura, banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata-inglesa e laranja.
Obesidade
Crianças acima do peso possuem 75% mais chance de se tornarem adolescentes obesos.
A obesidade pode ser apontada como um dos principais fatores de risco para a hipertensão arterial e, consequentemente, para os problemas cardiovasculares.
Para os adolescentes, o risco é ainda maior. Quem tem obesidade na adolescência possui quase 90% a mais chance de se tornar um adulto obeso. Mais da metade da população brasileira atualmente tem sobrepeso ou obesidade.
A obesidade na infância e na adolescência também pode gerar altos índices crônicos de colesterol na fase adulta. O excesso de colesterol, especialmente as frações de LDL e não HDL, prejudica a saúde do coração.
A OMS estima que em 2025 haverá mais de 2,3 bilhões de pessoas com sobrepeso e ao menos 700 milhões de pessoas obesas no mundo, aumentando ainda mais a prevalência de hipertensão e outros problemas cardiovasculares.
Tratamento para a hipertensão arterial
Além do paciente manter um estilo de vida saudável e minimizar ao máximo os fatores de risco, o médico pode recomendar o uso de remédios específicos para tratar a condição. A hipertensão é uma doença crônica que pode apresentar remissão, mas os cuidados devem ser contínuos.
O tratamento da hipertensão, portanto, exige uma abordagem médica multidisciplinar integrada, entre clínico-geral, cardiologista, endocrinologista, nutricionista e outras especialidades, para definir a melhor forma de tratamento para cada paciente especificamente.
O tratamento inclui prescrição, revisão e otimização de medicamentos. Para casos em que a hipertensão resulta em problemas cardiovasculares, deve haver monitoramento constante de fatores de risco, sintomas, estado funcional e comorbidades.
Entre os cuidados, alguns são importantes:
- Pesagem diária para monitorar a retenção de fluidos.
- Monitorar a pressão arterial e a frequência cardíaca.
- Aderir ao plano de medicação.
Lembre-se: para ter uma vida melhor e mais saudável, é preciso cuidar bem da sua saúde e ter hábitos saudáveis. E você pode contar com o Check Up Hospital para suas consultas e exames médicos regulares.
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- WhatsApp: (92) 99116-6045 (serviços hospitalares de consultas e exames médicos)
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- Telefone da Emergência: (92) 2125-5999
Referências:
Sociedade Brasileira de Cardiologia
Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde
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