Você deve conhecer ou conviver com alguém que reclama às vezes ou frequentemente de dores nas costas. Isso porque os problemas de saúde que afetam a coluna vertebral são relativamente comuns. Por isso a importância como diagnosticar e tratar a escoliose o quanto antes.
Essas doenças têm diversas causas: desde problemas genéticos e má formação congênita, passando pelos hábitos de vida e por situações mais graves causadas por acidentes e traumas físicos, até fatores desconhecidos pela Medicina.
Algumas das condições que afetam a saúde dos ossos e da coluna vertebral possuem maior prevalência entre os adolescentes e os jovens, porque estão relacionadas à fase aguda de crescimento relacionada a essa faixa etária.
Uma campanha muito importante que ocorre neste mês, o Junho Verde, alerta para a escoliose, uma doença que afeta a coluna vertebral e pode causar problemas graves se não for diagnosticada e tratada em estágio inicial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que 80% da população mundial terá duas ou mais crises de dor nas costas ao longo da vida. Já a escoliose afeta de 2% a 4% da população mundial e 50 milhões de jovens em todo o mundo.
No Brasil, são mais de 1,6 milhão de pessoas com a doença, sendo que cerca de 160 mil delas precisam de tratamento cirúrgico, método utilizado apenas em casos mais graves de escoliose.
Veja abaixo mais informações sobre a escoliose.
O que é a escoliose?
A escoliose pode ser classificada como uma curvatura anormal da coluna vertebral, para um dos lados do tronco e influenciada pela rotação das vértebras. Uma característica peculiar dessa doença é que a deformidade pode ser percebida a olho nu.
A condição não decorre de maus hábitos posturais. Ao contrário, a má postura é o resultado da curva anormal provocada pela escoliose na coluna, já que esse tipo de desvio pode provocar alterações em todo o corpo.
A escoliose não pode ser considerada um desvio fisiológico normal e discreto da coluna vertebral, como a lordose ou a cifose. Ou seja, os pacientes com escoliose têm a coluna com a aparência de um ‘C’ (uma só curvatura) ou de um ‘S’ (mais de uma curvatura).
Quais são os tipos de escoliose?
A escoliose tem basicamente dois tipos:
Estrutural:
Pode ser consequência de malformações congênitas, fatores genéticos e hereditários (durante a gravidez ou logo após o nascimento). A cura completa é mais difícil para esse tipo de escoliose, já que a curvatura da coluna não é flexível.
Além disso, o problema pode ter relação com uma deformidade óssea adquirida por situações específicas, como um acidente ou esforços exagerados e repetitivos ao longo de anos.
Funcional (não estrutural):
Nesse caso, a escoliose aparece como um efeito secundário de outros distúrbios e a estrutura óssea fica preservada. A curvatura da coluna vertebral, então, se desenvolve porque está compensando assimetrias e desajustes de outras partes do corpo.
Por exemplo, pernas de tamanhos diferentes ou quando há um crescimento muito acelerado, como ocorre na adolescência. Neste caso, as curvas são flexíveis e podem ser curadas.
A escoliose pode ser classificada em cinco níveis diferentes, de acordo com o ângulo de curvatura anormal da coluna vertebral:
- Até 10 graus: curva fisiológica, geralmente sem necessidade de tratamento.
- Entre 10 a 20 graus: curva leve, já demandando a necessidade de acompanhamento especializado.
- De 20 a 40 graus: curva moderada.
- De 40 a 45 graus: curva moderada a grave.
- Acima de 45 graus: curva grave.
Quais são as causas da escoliose?
As principais causas da escoliose identificadas por pesquisadores possuem caráter genético, hereditário e congênito. Ocorre como consequência da má formação das cartilagens das vértebras ou das costelas durante a gestação ou nos recém-nascidos.
A doença também pode surgir por distúrbios neuromusculares, como poliomielite, paralisia cerebral ou distrofias musculares. Além disso, outras causas são hábitos ruins de postura, tumores, traumatismos, obesidade, atividade física imprópria, vida sedentária e tabagismo.
Entretanto, a OMS afirma que 80% dos casos são idiopáticos, ou seja, em que a origem não pode ser esclarecida.
Quais são os grupos de maior risco para a escoliose?
O problema pode surgir ou se manifestar em qualquer fase da vida, mas há duas faixas etárias de maior risco:
Idosos: por consequência dos desgastes naturais dos ossos, dos discos intervertebrais e dos ligamentos que ocorrem ao longo do tempo e se intensificam com o envelhecimento.
Adolescência: a escoliose possui maior prevalência nesse grupo. Isso porque os surtos de crescimento nessa fase da vida podem fazer com que a escoliose estrutural progrida ou que a anomalia se desenvolva de forma funcional, para compensar o desenvolvimento desproporcional de outras partes do corpo. É mais comum em adolescentes do gênero feminino.
Quais são os sintomas da escoliose?
Alguns casos podem não apresentar sintomas nos estágios iniciais. Mas, na maior parte, os sintomas são estes:
- Tamanho diferente das pernas.
- Ombros e quadris assimétricos e desnivelados.
- Tórax desviado para um dos lados do corpo.
- Diferença nos mamilos (um mais alto que o outro).
- Costelas e escápulas salientes para um dos lados.
- Corpo inclinado lateralmente.
- Dores leves nas costas (em estágios iniciais).
Ao não diagnosticar a doença e o paciente não realiza o tratamento adequado, os sintomas ficam mais graves:
- Dores fortes nas costas e em outras estruturas do corpo.
- Limitar a mobilidade da coluna.
- Dificuldade para respirar devido à redução do espaço do tórax que abriga os pulmões e o coração.
- Incapacidade para realizar as tarefas do dia a dia.
Por isso, realizar consultas médicas e exames preventivos têm total importância para evitar casos graves e a progressão da doença.
Como é feito o diagnóstico da escoliose?
A primeira forma de diagnosticar a doença ocorre a partir de exames clínicos feitos por médicos especialistas, geralmente ortopedistas e fisiatras. O profissional de saúde verifica o paciente de frente, de costas e de perfil para verificar os sintomas visíveis.
Posteriormente, o médico solicita exames de raio-X da coluna para identificar o grau de curvatura da coluna e possíveis lesões que afetem as vértebras e as articulações, como fraturas, luxações ou tumores.
Por fim, o paciente realiza a tomografia computadorizada e a ressonância magnética para que o médico estabeleça o diagnóstico definitivo da escoliose e encaminhe para o tratamento recomendado.
Como é feito o tratamento para a escoliose?
O tratamento com métodos conservadores pode ser utilizado para grande parte dos casos da doença. Entretanto, o médico leva em conta a idade do paciente, o grau e padrão da curvatura da coluna, as características da anomalia e a intensidade da dor.
Além disso, os principais objetivos do tratamento devem ser impedir a progressão da doença, recuperar as funções normais da coluna vertebral e aliviar os sintomas. Se o fator que causa a escoliose for identificado, também deve ser controlado e tratado.
Os métodos de tratamento incluem:
- Técnicas de fisioterapia, como RPG (Reeducação Postural Globalizada), exercícios de fortalecimento, estímulo e alongamento.
- Uso de equipamentos específicos, como coletes ortopédicos e palmilhas especiais, para manter os ossos e as articulações na posição adequada.
- Administração de medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares para alívio de sintomas e da dor.
- Cirurgia para corrigir a curvatura anormal da coluna vertebral (apenas para casos mais graves, quando há dores muito intensas e comprometimento das funções pulmonares e cardíacas).
Adote hábitos saudáveis para manter sua saúde, ter qualidade de vida e bem-estar. Os cuidados com a coluna vertebral precisam começar na infância. Estimule seus filhos a desenvolverem posturas adequadas ao sentar, dormir e levantar objetos.
Manter o peso corporal adequado, praticar atividades físicas sob orientação, ter uma dieta rica em nutrientes e não carregar excesso de peso ajudam a preservar as funções normais da coluna vertebral e previnem a escoliose.
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Referências:
OMS (Organização Mundial da Saúde): https://www.who.int/pt
Ministério da Saúde: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/59saude_coluna.html) BSSG (Brazilian Spine Study Group): https://bssg.org.br/
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