O câncer de colo de útero não precisa ser considerado uma sentença. Com a prevenção adequada, essa doença, que a cada ano afeta milhares de mulheres, pode ser evitada.
A cada ano, milhares de brasileiras recebem o diagnóstico de câncer de colo do útero. Essa doença, que se desenvolve lentamente e, muitas vezes, sem sintomas nos estágios iniciais, é a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres no país.
No entanto, a boa notícia é que a prevenção é eficaz. Através de consultas e exames regulares, hábitos saudáveis e a vacinação contra o HPV, é possível detectar e tratar as lesões precursoras antes que se transformem em câncer.
Infelizmente, a falta de informação e o hábito de adiar as consultas médicas fazem com que muitos casos sejam diagnosticados em estágios avançados, dificultando o tratamento e aumentando o risco de morte.
É fundamental quebrar esse ciclo e conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção.
Veja neste conteúdo mais informações sobre o câncer de colo de útero e como prevenir a doença, que é a principal causa de morte por câncer em mulheres entre 15 e 39 anos de idade.
Uma doença evitável
A Organização Mundial da Saúde classifica o câncer de colo de útero como uma doença “altamente evitável”. Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível salvar vidas e garantir uma melhor qualidade de vida para as mulheres.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que cerca de 17 mil novos casos de câncer de colo do útero sejam diagnosticados anualmente no Brasil. Para o Amazonas, são esperados aproximadamente 700 casos por ano.
Sem diagnóstico e tratamento, este tipo de câncer é quase sempre fatal. Veja mais informações sobre o câncer de colo do útero e saiba como se prevenir.
Quais são as causas do câncer de colo do útero?
A principal causa do câncer de colo de útero é a infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV). Esse vírus, transmitido principalmente através do contato sexual, causa alterações nas células do colo do útero, que podem se transformar em câncer com o tempo.
Existem mais de 150 tipos de HPV, mas alguns são mais perigosos que outros. Os tipos 16 e 18, por exemplo, são responsáveis por grande parte dos casos de câncer de colo do útero.
Quando uma pessoa entra em contato com o HPV, seu sistema imunológico geralmente consegue eliminar o vírus em até 2 anos. Porém, em alguns casos, o vírus permanece no organismo e pode causar lesões que, se não tratadas, evoluem para o câncer.
Dessa forma, a infecção pelo HPV é bastante comum na população brasileira, mas a maior parte dos casos é assintomática. A infecção costuma desaparecer após 2 anos, sendo combatida pelo próprio sistema imunológico da paciente.
Entretanto, quando o HPV não é combatido pelo sistema imunológico nem identificado precocemente por meio de consultas médicas e exames de rotina, a infecção passa a ser persistente.
Assim, o HPV promove alterações celulares no corpo da mulher, as lesões causadas pelo vírus evoluem para um estágio pré-canceroso e, se não diagnosticadas e tratadas, podem transformar-se em um tumor.
Quando o câncer de colo de útero é detectado em estágio avançado, o tumor pode invadir o útero, a vagina e os gânglios linfáticos, entrando na corrente sanguínea da paciente. Com isso, migra para outras partes do corpo dando origem a metástases.
Quais são os principais fatores de risco para o câncer de colo do útero?
Os principais fatores de risco para o câncer de colo do útero incluem:
- Infecção persistente pelo HPV: especialmente pelos tipos 16 e 18, quando não diagnosticadas e tratadas.
- Início precoce da atividade sexual: mulheres que iniciam a vida sexual em idade mais jovem têm maior risco de infecção pelo HPV.
- Múltiplos parceiros sexuais: quanto maior o número de parceiros, maior o risco de exposição ao HPV.
- Tabagismo: o tabagismo enfraquece o sistema imunológico e aumenta o risco de desenvolver câncer, incluindo o de colo do útero.
- Sistema imunológico enfraquecido: pessoas com sistema imunológico comprometido, como portadores de HIV, têm maior risco.
É importante ressaltar que a maioria das infecções por HPV não evolui para o câncer. Dessa forma, é fundamental realizar consultas ginecológicas e exames regularmente para detectar e tratar qualquer alteração nas células do colo do útero o mais cedo possível.
A prevenção é a melhor forma de combater o câncer de colo do útero.
Quais outras doenças o HPV pode causar?
O HPV não se limita ao câncer de colo de útero. Esse vírus também está associado ao desenvolvimento de outros tipos de câncer, como:
- Câncer anal: afeta tanto homens quanto mulheres e está relacionado ao HPV em quase 90% dos casos.
- Câncer de vulva e vagina: o HPV é um dos principais fatores de risco para esses tipos de câncer.
- Câncer de pênis: o HPV também está associado ao câncer de pênis, principalmente em homens que praticam sexo anal.
- Câncer de orofaringe: os casos desse tipo de câncer, que afeta a garganta, tem aumentado nos últimos anos e está relacionado ao contágio por HPV em muitos casos.
Além dos cânceres, o HPV causa verrugas genitais, que são lesões benignas, mas que podem provocar desconforto e afetar a autoestima.
É importante lembrar que a vacina contra o HPV protege contra os tipos mais comuns do vírus que causam câncer. Ao vacinar seus filhos, você está se protegendo não apenas contra o câncer de colo de útero, mas também contra outros tipos da doença.
A vacina contra HPV está disponível para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, além de adultos que pertencem a grupos de risco, como pessoas imunossuprimidas e infectadas pelo HIV.
Como o HPV é transmitido?
O papilomavírus humano (HPV) é transmitido principalmente através do contato sexual. Isso inclui:
– Contato genital: durante o sexo vaginal, anal ou oral.
– Contato pele a pele: mesmo sem penetração, o contato com as áreas genitais infectadas pode transmitir o vírus.
É importante ressaltar que:
1. O uso de preservativo reduz, mas não elimina completamente o risco de transmissão: isso porque o HPV pode estar presente em áreas não cobertas pela camisinha.
2. A maioria das pessoas infectadas não apresenta sintomas: muitas pessoas podem carregar o vírus por anos sem saber, o que aumenta o risco de transmissão.
3. A infecção pode ocorrer mesmo em relações estáveis e monogâmicas: se um dos parceiros já estiver infectado, pode transmitir o vírus para o outro.
A vacinação contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenir a infecção. Ela deve ser aplicada em crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, antes do início da vida sexual.
Os exames ginecológicos e laboratoriais permitem a detecção das lesões causadas pelo HPV. O diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado podem evitar o câncer de colo do útero.
A infecção por HPV é muito comum, mas pode ser prevenida. Ao adotar medidas preventivas, como a vacinação e o uso de preservativo, é possível reduzir significativamente o risco de contrair o vírus e desenvolver o câncer de colo do útero.
Quais são os principais sintomas da infecção pelo HPV e do câncer de colo de útero?
A maior parte das pacientes infectadas pelo HPV não apresenta sintomas na fase inicial do contágio. Porém, sem o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, as lesões evoluem e os sintomas surgem conforme a localização, a extensão e a gravidade da doença.
Sintomas iniciais (muitas vezes ausentes ou confundidos com outras condições):
- Corrimento vaginal: pode ser amarelado, com odor forte e, em alguns casos, com sangue.
- Sangramento: pequenos sangramentos após a relação sexual ou entre as menstruações são comuns.
- Dor pélvica leve: uma leve dor ou desconforto frequente na região pélvica.
Sintomas em estágios mais avançados:
- Sangramento vaginal: mais intensos do que nos estágios iniciais, incluindo sangramentos após a relação sexual e entre as menstruações.
- Dor pélvica forte: dor intensa na região pélvica, que pode irradiar para as costas e região lombar.
- Alterações urinárias e intestinais: dificuldade para urinar, necessidade frequente de urinar, prisão de ventre ou diarreia.
- Perda de peso: sem causa ou motivo aparente.
- Fadiga: sensação constante de cansaço e desânimo.
- Anemia: palidez, fraqueza e falta de ar devido aos sangramentos.
Muitas vezes, a infecção pelo HPV e o câncer de colo de útero não apresenta sintomas nos estágios iniciais. Por isso, é fundamental realizar consultas e exames ginecológicos regularmente, mesmo na ausência de sintomas.
Ao perceber qualquer alteração em seu corpo, procure um ginecologista. O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura.
Como prevenir a infecção pelo HPV e o câncer de colo de útero?
A melhor forma de se proteger contra o HPV e o câncer de colo de útero é se vacinar ou imunizar seus filhos. A vacina contra o HPV é segura e eficaz, e está disponível gratuitamente para meninos e meninas de 9 a 14 anos pelo SUS.
A vacina protege contra os principais tipos de HPV que causam a maioria dos casos de câncer de colo do útero. Além do câncer de colo de útero, o HPV pode causar outros tipos de câncer, como o anal e o oral. O imunizante também ajuda a prevenir essas doenças.
Além da vacina, outras medidas podem ajudar a prevenir a infecção pelo HPV:
- Use preservativo: o preservativo ajuda a reduzir significativamente o risco de transmissão do HPV, mas não o elimina completamente.
- Tenha um número reduzido de parceiros sexuais: quanto menos parceiros, menor o risco de exposição ao vírus HPV.
- Realize exames ginecológicos regularmente: o exame Papanicolaou e o teste de HPV são importantes para detectar alterações nas células do colo do útero e iniciar o tratamento precoce.
- Converse com seu parceiro: a comunicação aberta sobre saúde sexual é fundamental para prevenir doenças e tomar decisões responsáveis.
- Mantenha a higiene íntima: lave a região genital diariamente com água e sabonete neutro, secando bem após o banho. Evite o uso de produtos perfumados ou não recomendados por ginecologistas.
- Evite compartilhar objetos pessoais: não compartilhe toalhas, roupas íntimas, espumas para barbear ou outros objetos de uso pessoal que possam estar contaminados com o vírus.
Ao se cuidar e adotar hábitos saudáveis, você estará protegendo sua saúde e a saúde das pessoas que você ama.
Como é feito o diagnóstico do câncer de colo de útero?
O câncer de colo de útero é silencioso, muitas vezes não apresentando sintomas nos estágios iniciais. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental.
O exame de Papanicolaou é o principal método para detectar alterações nas células do colo do útero que podem indicar a presença do câncer. É recomendado para mulheres a partir dos 25 anos, com vida sexual ativa.
Além disso, existem outros exames importantes para o diagnóstico do câncer de colo do útero:
- Teste de HPV: exame laboratorial que identifica a presença do vírus, que é a principal causa do câncer de colo do útero.
- Colposcopia: um exame que permite visualizar o colo do útero em detalhes, para a coleta de pequenas amostras de tecido para análise (biópsia).
- Biópsia: o exame que confirma o diagnóstico, analisando o material coletado para verificar se há a presença de células cancerígenas.
Em casos avançados do câncer de colo do útero, outros exames são necessários:
– Ultrassonografia: avalia órgãos pélvicos e a extensão do tumor.
– Tomografia computadorizada: gera imagens detalhadas do interior do corpo, ajudando a identificar a extensão do câncer.
– Ressonância magnética: oferece um panorama mais preciso em relação aos órgãos pélvicos.
O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Quanto mais cedo o câncer for detectado, maiores as chances de cura. Por isso, é essencial realizar os exames preventivos regularmente e seguir as orientações do seu médico.
Como é feito o tratamento do câncer de colo de útero?
O tratamento do câncer de colo de útero varia de acordo com o estágio da doença, o tamanho do tumor e as características individuais de cada paciente.
A escolha do tratamento é feita por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos especialistas, e deve ser personalizada para cada caso.
– Tratamento inicial: em alguns casos, especialmente em estágios iniciais, pode ser indicado um tratamento menos invasivo, como a conização, que consiste na remoção de uma pequena parte do colo do útero.
– Cirurgia: a cirurgia pode ser indicada para remover o tumor e os tecidos ao redor. Em casos mais avançados, pode ser necessária a remoção do útero (histerectomia) e dos gânglios linfáticos próximos.
– Radioterapia: utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode ser externa (feixe de radiação direcionado ao tumor) ou interna (braquiterapia, onde uma fonte radioativa é colocada dentro do corpo).
– Quimioterapia: usa medicamentos para destruir as células cancerígenas. Pode ser utilizada sozinha ou em combinação com outros tratamentos.
– Terapia alvo: Utiliza medicamentos que se ligam a proteínas específicas das células cancerígenas, impedindo seu crescimento.
– Imunoterapia: estimula o sistema imunológico do paciente a combater o câncer.
Os tratamentos podem causar efeitos colaterais, como fadiga, náuseas, perda de cabelo e alterações hormonais. No entanto, existem medicamentos e outras estratégias para minimizar esses efeitos.
Após o tratamento, é fundamental realizar acompanhamento médico regular para monitorar a saúde e detectar qualquer recidiva da doença.
A prevenção sempre é a melhor forma de combater o câncer de colo do útero. Realize consultas e exames ginecológicos regularmente. Siga todas as orientações do seu médico.
Câncer de colo do útero: saiba como se prevenir
A prevenção do câncer de colo de útero depende de todas as famílias e mulheres. A meta global da OMS é que 90% das mulheres sejam vacinadas contra o HPV e realizem exames preventivos regularmente.
Em Manaus, menos da metade das meninas e menos de um terço dos meninos foram vacinados contra o HPV. Isso significa que muitas mulheres estão expostas ao risco de infecção pelo vírus e ao desenvolvimento de câncer de colo do útero.
A detecção precoce de lesões pré-cancerosas é fundamental para prevenir o câncer de colo do útero. As autoridades de saúde estimam que aumentar o rastreamento da doença poderia reduzir em até 90% os casos da doença.
Além da vacina contra o HPV, o uso consistente de preservativos durante as relações sexuais é outra medida eficaz de prevenção.
Agende uma consulta com seu ginecologista e faça os exames preventivos de rotina. Detectar o câncer precocemente aumenta significativamente as chances de cura e permite que você continue vivendo uma vida plena e saudável.
Ao adotar hábitos saudáveis e realizar check-ups médicos preventivos, você estará cuidando de si para ter uma rotina com qualidade e bem-estar. A saúde feminina precisa de atenção constante e regular.
No Check Up Hospital, você pode realizar consultas com ginecologistas e outros médicos especialistas, além de exames de imagem relacionados à saúde das mulheres, com segurança, conforto e praticidade. Agende de forma rápida suas consultas e exames:
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- WhatsApp: (92) 99116-6003 (exclusivo para exames laboratoriais)
- Telefone da Emergência: (92) 2125-5999
Referências:
Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias-para-os-estados/amazonas/2023/marco/amazonas-deve-ter-1800-casos-de-cancer-do-colo-de-utero-ate-2026
OMS: https://www.paho.org/pt/topicos/hpv-e-cancer-do-colo-do-utero
Governo do Amazonas: http://www.fcecon.am.gov.br/cancer/cancer-do-colo-do-utero/