O mês de julho promove uma campanha crucial para a saúde pública: a conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço. Essa iniciativa, conhecida como Julho Verde, busca alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce desses tumores.
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que o Brasil registre 40 mil novos casos anualmente em 2024 e 2025. Esse número representa um aumento significativo em relação à previsão anterior de 30 mil casos anuais, feita para o triênio (2020 a 2022).
O perfil dos pacientes também tem mudado nas últimas décadas. Antes, o câncer de cabeça e pescoço era mais prevalente em homens com mais de 50 anos e fortemente associado ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool.
Porém, atualmente, os tumores de cabeça e pescoço também têm afetado mais mulheres e jovens, principalmente entre 20 e 40 anos. Esses tipos de tumor estão entre os dez mais incidentes no Brasil.
Os principais tipos de câncer de cabeça e pescoço incluem:
- Cavidade oral e boca: 30% dos casos.
- Faringe: 25% dos casos.
- Laringe: 20% dos casos.
- Glândulas salivares: 5% dos casos.
- Cavidade nasal e seios paranasais: 5% dos casos.
- Região cervical (metástase): 15% dos casos.
Por isso, é fundamental ampliar o conhecimento da população sobre os tumores que afetam a cabeça e o pescoço, temas da campanha Julho Verde, seus riscos e sintomas, além da importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
Por que o perfil dos pacientes mudou?
Confira alguns fatores que provocaram essa mudança no perfil dos pacientes:
- Aumento do tabagismo entre mulheres e jovens: o consumo de cigarro e de derivados, principal fator de risco para esses tipos de tumor, vem crescendo entre as mulheres e os jovens brasileiros.
- Infecção por HPV: estudos demonstram uma associação direta entre a infecção pelo HPV e o aumento de casos de câncer de cabeça e pescoço, sobretudo, para os casos de tumores orais e de faringe.
- Relações sexuais sem proteção: sexo oral desprotegido, aliado à baixa cobertura vacinal de crianças e adolescentes contra o HPV, contribui para o aumento de casos, principalmente em relação aos tumores de laringe e faringe.
- Má higiene bucal: esse hábito representa um fator de risco para o desenvolvimento do câncer bucal.
- Exposição ocupacional a agentes cancerígenos: trabalhadores que lidam com substâncias como amianto, poeira de sílica, níquel, cromo e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs).
- Dieta pobre em frutas, verduras e legumes: esse costume que está cada vez mais comum, principalmente nas grandes cidades, aumenta o risco de tumores na cavidade oral e faringe. As fibras presentes nos alimentos são cruciais para regular o metabolismo.
- Infecções crônicas: as hepatites virais, como as dos tipos A, B e C, podem aumentar o risco de alguns tipos de câncer de cabeça e pescoço.
Qual a importância da prevenção e do diagnóstico precoce?
Apesar do cenário preocupante e a projeção de alta no número de casos, a prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo as ferramentas mais eficazes no combate aos tumores de cabeça e pescoço. Confira algumas medidas importantes:
- Evite o tabagismo e o consumo excessivo de álcool: essas questões são essenciais para reduzir o risco de desenvolvimento de tumores que afetam a cabeça e o pescoço.
- Mantenha uma dieta saudável e pratique atividades físicas regularmente: hábitos saudáveis que contribuem para o estado geral de saúde também auxiliam na prevenção desses tipos de câncer.
- Vacine as crianças e jovens contra o HPV: o imunizante, disponível na rede pública de saúde para meninas e meninos de 9 a 14 anos, previne contra os tipos mais graves de HPV e, consequentemente, reduzem as chances de surgimento de câncer.
- Fique atento aos sinais e sintomas: manchas brancas ou vermelhas na boca, feridas que não cicatrizam, rouquidão persistente, dificuldade para engolir e caroços ou nódulos no pescoço são alguns dos principais sinais que exigem avaliação médica imediata.
- Tenha uma boa higiene bucal: mantenha a boca limpa, escove os dentes algumas vezes ao dia e use fio dental diariamente.
- Realize consultas preventivas com médicos de diversas especialidades, como clínicos, otorrinolaringologistas, oncologistas e gastroenterologistas, e exames laboratoriais de rotina, mesmo que não perceba nenhum sintoma relacionado.
Outros dados sobre o câncer de cabeça e pescoço
As estatísticas mostram que a campanha Julho Verde, realmente, possui papel fundamental para reduzir o risco e a incidência do câncer de cabeça e pescoço.
Os cuidados preventivos, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado evitam o surgimento dos tumores e dão mais qualidade de vida aos pacientes, quando os cuidados médicos são necessários.
Veja alguns dados relevantes sobre o câncer de cabeça e pescoço:
- É a sexta neoplasia mais frequente em homens, atrás apenas de problemas de próstata, pulmão, pele, estômago e cólon.
- O sétimo tipo de câncer mais frequente entre mulheres, após mama, pulmão, pele, colo do útero, corpo do útero e leucemia.
- A maior incidência ocorre entre homens na faixa etária entre 50 e 74 anos, com pico entre 60 e 69 anos, mas a incidência tem aumentado também em relação a mulheres e jovens.
- As Regiões Sul e Sudeste concentram as maiores taxas de incidência do câncer de cabeça e pescoço. Já o Norte e o Nordeste possuem mais registros de morte, proporcionalmente ao número de pacientes afetados.
Como é feito o diagnóstico?
Existem diversos métodos de diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço, já que os tumores podem atingir diferentes regiões e estruturas do organismo. Os principais são:
- Análise física e clínica, além de exames de imagem detalhados da cavidade oral, faringe, laringe e pescoço.
- Laringoscopia: avaliação da laringe.
- Nasofibroscopia: exame endoscópico das cavidades nasais e nasofaringe.
- Endoscopia.
- Tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM): imagens detalhadas das estruturas internas da cabeça e pescoço.
- Biópsia: utilizada quando há alguma suspeita encontrada nos exames anteriores.
O câncer de cabeça e pescoço pode ter um impacto significativo na vida dos pacientes, afetando sua fala, respiração, alimentação e autoestima. O diagnóstico precoce é fundamental para minimizar esses impactos e aumentar as chances de cura.
Quais são as formas de tratamento?
Quando detectados em seus estágios iniciais, os tumores apresentam menor tamanho e menor grau de comprometimento dos tecidos, o que facilita a aplicação de terapias menos invasivas e com maiores chances de sucesso.
A escolha do tratamento dependerá da localização e do tamanho do tumor, assim como das características individuais do paciente. O médico especialista em otorrinolaringologia ou oncologia de cabeça e pescoço são os profissionais mais indicados para o tratamento.
Dessa forma, a equipe multidisciplinar de médicos pode optar pela radioterapia, de forma externa com um aparelho que emite radiação para a região do tumor, ou de maneira interna, através da colocação de implantes radioativos próximos ao tumor.
A quimioterapia também pode ser uma opção, ao utilizar medicamentos para combater as células cancerosas em todo o corpo. A quimioterapia pode ser administrada isoladamente ou em combinação com a cirurgia e a radioterapia.
Além desses procedimentos, a imunoterapia pode ser aplicada para estimular o sistema imunológico do próprio paciente para combater o câncer. Dependendo da avaliação médica, a imunoterapia tem bons resultados para alguns tipos de câncer de cabeça e pescoço.
O tratamento do câncer de cabeça e pescoço pode causar efeitos colaterais, como fadiga, boca seca, alterações do paladar, dificuldade para engolir, náuseas e vômitos.
Após o término do tratamento, é fundamental que o paciente realize acompanhamento médico regular, para manter as medidas necessárias de prevenção e detectar precocemente qualquer possível recidiva da doença.
Em casos mais graves e avançados, os cuidados paliativos são um tipo de atendimento voltado para o conforto, bem-estar, melhora da qualidade de vida e suporte emocional aos pacientes.
Mais qualidade de vida e bem-estar para toda a população
O Julho Verde representa um marco na luta contra o câncer de cabeça e pescoço. Ao promover a conscientização sobre a doença, a campanha busca incentivar a população em diversos aspectos:
- Buscar informações sobre o câncer de cabeça e pescoço.
- Ficar atenta aos sinais e sintomas da doença.
- Procurar um médico ao perceber qualquer alteração na região da cabeça e pescoço.
- Adotar hábitos saudáveis para reduzir o risco da doença.
- Realizar consultas médicas e exames preventivos regularmente.
Os tumores de cabeça e pescoço podem ser agressivos e invasivos. Por isso, identificar sinais como feridas na boca que não cicatrizam, rouquidão persistente, dificuldade para engolir, dor persistente na garganta e caroços no pescoço é fundamental.
Evite o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, adote uma alimentação balanceada rica em frutas e vegetais, e realize consultas médicas periódicas com um especialista.
Anualmente, a campanha Julho Verde reforça a importância do diagnóstico precoce e da prevenção de tumores de cabeça e pescoço.
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- Telefone da Emergência: (92) 2125-5999
Referências:
Instituto Nacional do Câncer (INCA): https://www.gov.br/inca/
Sociedade Brasileira de Cabeça e Pescoço: https://sbcp.org.br/
American Cancer Society: https://www.cancer.org/