O time de Neurocirurgia do Check Up Hospital realizou no início de 2023 um procedimento até então inédito na Região Norte do Brasil: o implante de DBS para Parkinson com possibilidade de ajuste remoto (DBS SceneRay).
Este método, também conhecido como Terapia de Estimulação Cerebral Profunda (ECP), representa o que existe de mais moderno na Medicina e conta com uma tecnologia extremamente avançada para controlar os tremores involuntários e incontroláveis, além da rigidez, causados pela Doença de Parkinson. Até então, essa cirurgia nunca havia sido feita em algum Estado da Região Norte do País.
Para situações delicadas da saúde
Imagine uma situação real:
O paciente tem um problema de saúde incurável e agressivo, a Doença de Parkinson, que causa dificuldades motoras e cognitivas que pioram progressivamente, prejudicando a qualidade de vida, o bem-estar e as simples tarefas do dia a dia.
Alguns métodos de tratamento foram aplicados, mas sem resultados significativos.
Porém, uma cirurgia até então inédita na Região Norte reduziu de forma significativa os sintomas da Doença de Parkinson nesse paciente.
O procedimento, realizado pela equipe de Neurocirurgia do Check Up Hospital no ano passado, é conhecido como “Implante de DBS para Parkinson com possibilidade de ajuste remoto (DBS SceneRay)”.
Também conhecido como Terapia de Estimulação Cerebral Profunda (ECP), esse método de tratamento representa o que existe de mais moderno na Medicina e conta com uma tecnologia extremamente avançada.
Por meio do DBS para Parkinson, é possível controlar os tremores involuntários e incontroláveis, além da rigidez, causados pela Doença de Parkinson.
O Dia Mundial da Doença de Parkinson, celebrado todos os anos em 11 de abril, serve para reforçar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir a progressão dos sintomas e dar mais qualidade de vida aos pacientes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a Doença de Parkinson como uma “condição cerebral que causa distúrbios de movimento, mentais e do sono, dor e outros problemas de saúde” .
Esperança para portadores de Parkinson
O DBS para Parkinson consiste no implante de um estimulador com possibilidade de monitoramento e ajuste remoto em pacientes que sofrem da Doença de Parkinson.
O objetivo principal dessa cirurgia é resgatar a autonomia, a independência, a confiança, a autoestima e a qualidade de vida do paciente, assim como reduzir o uso de medicações, já que a administração prolongada causa diversos efeitos colaterais.
Os médicos implantam cirurgicamente os eletrodos para agir em regiões bem específicas do cérebro. A partir disso, os estímulos elétricos bloqueiam de forma efetiva os sinais cerebrais que causam os tremores e a rigidez.
Após o implante, são necessários diversos ajustes no consultório médico para definir as melhores “doses” de estimulação. Com este aparelho implantado, o paciente não precisa se deslocar ao consultório.
Pela sua enorme complexidade, a técnica exige que uma equipe multidisciplinar de médicos especialistas atue ao longo de todas as etapas do processo. Apesar de ser extremamente segura, poucos profissionais estão habilitados para esse procedimento.
Normalmente, a recuperação do paciente é rápida e ele pode receber alta do hospital em 2 dias, em média, com retorno para acompanhamento ambulatorial em 2 semanas.
O que é a doença de Parkinson?
Um estudo divulgado recentemente pela OMS apontou que pelo menos 1 bilhão de pessoas no mundo sofrem com doenças neurológicas. As mais comuns são enxaqueca, epilepsia e aneurismas cerebrais.
Além desses problemas que possuem mais registros, outros mais graves como o Alzheimer e o Parkinson afetam drasticamente a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes, principalmente de pessoas idosas.
Muitas dessas doenças neurodegenerativas se desenvolvem de forma assintomática durante muitos anos. Assim, geralmente, o paciente e seus familiares buscam ajuda médica somente quando o problema de saúde já está em estágio avançado.
A Doença de Parkinson é uma condição que ocorre quando há uma degeneração das células nervosas responsáveis pela produção de dopamina, um neurotransmissor importante para o controle dos movimentos corporais.
Sem a produção e quantidade adequada de dopamina no organismo, os sintomas da Doença de Parkinson começam a se manifestar e progredir de forma muito grave.
Outros dados da OMS mostram que aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos tem a Doença de Parkinson, o que equivale a 8,5 milhões de pessoas. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema.
Com o avanço da expectativa de vida no Brasil, os casos de Parkinson devem aumentar ao longo das próximas décadas. Como muitas pessoas continuam trabalhando após os 65 anos, esse problema de saúde também deve afetar a economia do País.
Os sintomas da Doença de Parkinson variam de acordo com o paciente e, no início, podem ser quase imperceptíveis. Gradualmente, os movimentos ficam mais lentos e os tremores começam a atingir as extremidades das mãos.
Além da rigidez muscular e dos tremores involuntários, outros sintomas incluem redução da quantidade de movimentos, dificuldade para engolir e mastigar, distúrbios da fala e cognitivos, depressão, dores, tontura e distúrbios do sono, respiratórios e urinários.
Saiba mais sobre o DBS para Parkinson
O DBS para Parkinson é uma opção para os pacientes com doença de Parkinson que não respondem bem aos tratamentos medicamentosos convencionais. Durante a cirurgia, é feito um implante de eletrodos na área do cérebro responsável por controlar os movimentos.
Estes eletrodos são ligados a um dispositivo que envia sinais elétricos para estimular a área do cérebro e ajudar a controlar os sintomas da doença de Parkinson.
Como é feito o implante de DBS para Parkinson
O implante de DBS para Parkinson é realizado por neurocirurgiões altamente especializados. O procedimento é feito sob anestesia geral e dura de 4 a 6 horas, normalmente.
Durante a cirurgia, o neurocirurgião faz uma incisão e posiciona os eletrodos na área específica do cérebro responsável por controlar os movimentos corporais.
Em seguida, os eletrodos são conectados a um dispositivo chamado gerador de estimulação cerebral profunda, que é implantado sob a pele do pescoço.
Pela sua enorme complexidade, o Implante de Eletrodos Cerebrais exige que uma equipe multidisciplinar de médicos especialistas atue ao longo de todas as etapas do processo.
A técnica consiste na colocação de eletrodos na área do cérebro que é afetada pelos males da Doença de Parkinson, possibilitando o controle efetivo dos tremores e da rigidez, assim, melhorando de forma significativa a qualidade de vida e o bem-estar do paciente.
O procedimento completo precisa ser realizado em vários setores de um hospital e demanda a aplicação de diversas metodologias e processos qualificados. Por isso, só pode ser feito em instituições de saúde com boa estrutura e equipe multidisciplinar de médicos.
Basicamente, a Terapia de Estimulação Cerebral Profunda começa na sala de anestesia, com pequenas incisões no crânio do paciente para que o neurocirurgião identifique as áreas cerebrais afetadas.
Na 2ª etapa, os profissionais de saúde realizam um exame deimagem para posicionar os eletrodos de forma precisa. Por último, os médicos encaminham o paciente ao centro cirúrgico para a implantação e a programação dos eletrodos.
Geralmente, a recuperação do paciente é rápida e ele pode receber alta do hospital em 2 dias, com retorno para acompanhamento ambulatorial em 1 semana. Caso seja necessário, a cirurgia pode ser revertida sem afetar qualquer estrutura do cérebro.
Os casos mais indicados para a realização de DBS para Parkinson são de pacientes que tenham um comprometimento motor significativo, mas não irreversível, e quando o tratamento por meio de medicamentos não surte mais efeitos e provoca sintomas adversos.
Os benefícios mais visíveis da cirurgia são a redução da quantidade e da dose das medicações, o controle dos movimentos e tremores involuntários e a redução na intensidade da rigidez causada pela Doença de Parkinson.
Vale lembrar que apenas a avaliação médica multidisciplinar pode definir a melhor forma de tratamento para cada paciente.
Quais são os riscos e possíveis efeitos colaterais da cirurgia de DBS para Parkinson
Como todo procedimento cirúrgico, a cirurgia de DBS para Parkinson pode apresentar riscos e possíveis efeitos colaterais. Alguns dos mais comuns incluem infecção, dor de cabeça, perda de equilíbrio, mudanças de personalidade e problemas de fala.
No entanto, esses efeitos colaterais são temporários e podem ser tratados com medicação ou ajustes no dispositivo de estimulação cerebral profunda.
É importante discutir os riscos e possíveis efeitos colaterais com o seu médico antes de decidir se a cirurgia de DBS para Parkinson é adequada para você.
Quem pode realizar o DBS para Parkinson?
A cirurgia de DBS para Parkinson não é adequada para todos os pacientes. Pacientes com problemas de saúde graves, como doenças cardíacas ou pulmonares, problemas de coagulação do sangue ou histórico de derrames não podem ser submetidos à cirurgia.
Seu médico pode avaliar sua saúde geral e determinar se você é um candidato adequado para a cirurgia de DBS para Parkinson.
Em quanto tempo o paciente percebe a melhora?
Os resultados da cirurgia de DBS para Parkinson aparecem gradualmente ao longo de algumas semanas após a cirurgia. Entretanto, alguns pacientes podem experimentar uma melhora imediata dos sintomas.
É importante lembrar que o caso de cada paciente é único e podem ocorrer resultados diferentes. Dessa forma, somente a avaliação médica multidisciplinar vai indicar qual é a melhor forma de tratamento.
A realização de consultas médicas preventivas com neurologistas e os exames de rotina tem papel essencial para avaliar a saúde cerebral, especialmente para pessoas com fatores de risco ou que manifestam sintomas de problemas cerebrais.
Os exames de diagnóstico por imagem, como o eletroencefalograma (EEG), podem diagnosticar anomalias cerebrais, como a Doença de Parkinson, tumores, lesões, inflamações e alterações estruturais, mesmo em estágios iniciais.
Quais são os fatores de risco para o Parkinson?
Os fatores de risco para a Doença de Parkinson envolvem:
- Idade: as doenças neurológicas são mais comuns em pessoas idosas.
- Histórico familiar: pessoas com histórico familiar de Parkinson têm maior risco de desenvolver a doença.
- Estilo de vida: o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, o abuso de substância ilícitas e a obesidade aumentam o risco.
- Exposição excessiva a agentes químicos: o contato frequente com certos produtos químicos ou metais provoca doenças neurológicas como o Parkinson.
- Lesões cranianas e encefálicas: traumas e acidentes aumentam as chances de uma pessoa ser acometida pela Doença de Parkinson.
Como prevenir a Doença de Parkinson?
Hábitos que previnem a Doença de Parkinson:
- Manter um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, atividade física regular e controle do estresse.
- Não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool e prevenir a obesidade.
- Proteger-se da exposição a toxinas, como pesticidas e metais pesados.
- Usar capacete ao andar de bicicleta, motocicleta ou praticar esportes de risco.
- Ler livros, acompanhar o noticiário, desenhar e praticar inúmeras atividades que estimulem o cérebro.
- Realizar consultas médicas e exames preventivos: as consultas e os exames de rotina, como o eletroencefalograma, podem identificar possíveis alterações na atividade cerebral antes que elas provoquem sintomas, assim, permitindo um tratamento médico adequado.
Portanto, se você quer ter uma vida com mais bem-estar e com menos risco de desenvolver doenças neurológicas, é importante realizar avaliações médicas periodicamente e manter hábitos de vida saudáveis. Agende facilmente uma consulta com um médico neurologista ao clicar no botão abaixo:
Caso prefira fazer o agendamento por telefone ou pelo WhatsApp, ou se ficou com alguma dúvida, abaixo estão os contatos à sua disposição:
- Central de Atendimento: (92) 2125-5959
- WhatsApp: (92) 99116-6045 (serviços hospitalares de consultas e exames médicos)
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- Telefone da Emergência: (92) 2125-5999
Referências:
Ministério da Saúde: https://bvsms.saude.gov.br/doenca-de-parkinson/
Secretaria de Estado de Saúde: http://ses.saude.am.gov.br/visualizar-noticia.php?id=10107
Créditos das fotos do procedimento: @thatilu