Você deve imaginar que a rotina de um hospital não é simples. Diversos setores para administrar, inúmeras especialidades médicas, uso de materiais e equipamentos específicos, além de pacientes chegando a todo momento.
Nesse excesso de demandas simultâneas, a chance de um acidente ocorrer existe e não é baixa. Infelizmente, eventos adversos ocorrem todos os dias em instituições de saúde do Brasil e do mundo.
Por exemplo, um paciente cair enquanto tenta descer do leito de internação, algum profissional de saúde aplicar um medicamento errado ou uma cirurgia ser realizada sem a real necessidade. Todas essas questões têm relação direta com a Segurança do Paciente.
Esse assunto de extrema importância começou a ganhar mais relevância no Brasil há 10 anos, quando o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente, baseado em diretrizes globais da Organização Mundial da Saúde para o tema.
O Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) passou a ser uma prática comum e exigida por lei no Brasil desde 2013. Esse setor tem em sua composição profissionais de saúde de diversos cargos e especialidades, ou seja, é formado por uma equipe multidisciplinar.
A partir de normas e padrões de atendimento bem estabelecidos, o Núcleo de Segurança do Paciente formula e implementa processos e medidas preventivas para serem seguidas pelas equipes de saúde, para aumentar a segurança dos pacientes.
O atendimento humanizado e de qualidade tem relação direta com a Segurança do Paciente. Quanto mais personalizado e específico for o atendimento, maiores são as chances de garantir atendimentos e tratamentos assertivos e eficazes.
Quais as funções do Núcleo de Segurança do Paciente
O grupo trabalha em ações de prevenção, de identificação e para minimizar os riscos de ocorrência de eventos adversos relacionados aos cuidados com os pacientes. Para isso, diversas práticas e protocolos precisam ser adotados para aumentar a segurança.
O Núcleo de Segurança Paciente tem a responsabilidade de desenvolver uma cultura de segurança em um hospital, o que envolve atitudes e percepções das equipes de saúde para melhorar processos, adotar protocolos específicos e notificar sempre eventos adversos.
Portanto, o Núcleo de Segurança do Paciente visa promover melhorias no atendimento, na segurança do paciente e no bem-estar dos familiares, garantindo a qualidade do serviço prestado e criando barreiras para minimizar os possíveis riscos.
Dados sobre o setor
O Ministério da Saúde aponta uma redução de 18% na taxa de mortalidade hospitalar no Brasil nos últimos anos, desde o lançamento do Programa Nacional de Segurança do Paciente.
Um levantamento de 2022 da Anvisa aponta que, no Amazonas, os incidentes que tiveram mais registros são as falhas envolvendo cateter venoso, úlcera por pressão, falhas durante a assistência à saúde, falha na identificação do paciente e queda do paciente.
Apesar de a maioria dos 5.700 registros de incidentes no Estado ser leve, alguns provocaram danos graves e até mortes. Os pacientes acima de 56 anos e os idosos são os mais atingidos por eventos adversos.
Aproximadamente uma em cada dez admissões hospitalares resulta na ocorrência de ao menos um evento adverso, segundo estimativas divulgadas pela Anvisa. Por isso, o Núcleo de Segurança do Paciente tem papel tão importante em uma instituição de saúde.
No vídeo abaixo, a enfermeira Isabelle Pontes que é responsável pelo setor explica de forma breve como é a atuação no Check Up Hospital:
Diretrizes globais da OMS para a Segurança do Paciente
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu seis diretrizes globais que ajudam as instituições de saúde a adotarem práticas para aumentar a segurança do paciente e mitigar os riscos de eventos adversos.
Conheça mais sobre as diretrizes:
1. Identificar o paciente corretamente
Sempre oferecer uma pulseira de identificação visível, com os dados atualizados e completos, além de uma placa em todos os leitos de internação. Os principais marcadores são: nome completo/nome social, data de nascimento, filiação e possíveis riscos à segurança daquele paciente especificamente.
Pense em duas situações reais: em um pronto-socorro cheio, possivelmente, haverá dois pacientes com o primeiro nome igual. Se um medicamento for trocado e administrado por equívoco em pacientes com quadros de saúde diferentes, isso representa um evento adverso e de risco para a saúde.
Ou em outra situação, em uma UTI de dez leitos, há seis pacientes com o primeiro nome igual. Como fazer para garantir a segurança dos pacientes? Nesse caso, eles devem ser identificados com mais destaque pelo sobrenome ou pelo nome da mãe.
A OMS recomenda que os profissionais de saúde sempre perguntem o nome do paciente para cada procedimento ou atendimento que for realizado, assim, diminuindo o risco de haver algum erro que prejudique a segurança do paciente.
2. Melhorar a eficácia da comunicação
As condutas adotadas e o histórico do paciente devem estar sempre registrados por escrito nos prontuários médicos. Além disso, os profissionais de saúde precisam compartilhar informações sobre os pacientes, principalmente, na troca de plantão ou de turno.
Por exemplo, as enfermeiras devem conversar entre si, assim como os auxiliares e os médicos. Na transferência do paciente entre setores diferentes do hospital, como do pronto-socorro para a cardiologia, também deve haver uma comunicação prática e transparente entre as equipes de saúde envolvidas.
As informações que devem ser transmitidas são: quais as comorbidades que o paciente tem, se houve algum evento adverso e quais medicamentos estão sendo administrados. Os sistemas internos do hospital devem ser usados, além de ferramentas de mensagem, como o WhatsApp, caso seja necessário.
O Check Up Hospital possui um sistema interno que compartilha os dados e os prontuários dos pacientes, permitindo que todos os profissionais de saúde envolvidos tenham acesso às informações necessárias.
Há também ferramentas que divulgam o histórico do paciente, a evolução do quadro clínico, o parecer dos médicos e o resumo do quadro de saúde. Qualquer alteração grave nos exames de um paciente também é notificada pelo sistema.
3. Melhorar a segurança na administração dos medicamentos
Equipes coesas em um hospital de qualidade aplicam diversas barreiras para minimizar os riscos à segurança dos pacientes. No caso dos medicamentos, muitas medidas podem ser adotadas.
A partir da identificação correta do paciente e da comunicação efetiva entre as equipes de saúde, as chances de administrar um medicamento de forma errada diminuem drasticamente.
Outros exemplos práticos são: aplicar uma tarja diferenciada nas embalagens de alguns medicamentos, armazenar os remédios em locais restritos, identificar o tipo correto da droga e conferir mais de uma vez qual é a solução que deve ser aplicada.
Diversos processos podem ser adotados por todas as equipes de saúde envolvidas no tratamento de um paciente, mas a conferência e o check list minucioso aparecem como dois pontos de destaque. Além disso, os profissionais de saúde devem sempre confirmar se o paciente tem alergia a algum medicamento.
4. Realizar cirurgias seguras, com local de intervenção correto, procedimento correto e paciente correto:
As cirurgias merecem uma atenção especial de todos os envolvidos. A questão não é apenas a segurança do paciente dentro da sala cirúrgica. Antes de o paciente ir para o centro cirúrgico, diversos procedimentos de segurança são realizados.
O check list inclui verificar se o paciente passou pela preparação exigida para aquela cirurgia, qual o tipo de sangue do paciente e quais materiais o médico-cirurgião vai precisar no dia da cirurgia. Todos esses itens precisam ser verificados com antecedência.
Além disso, em relação à parte prática, a equipe de saúde precisa confirmar qual lado ou parte do corpo do paciente será operado, quais são os sinais de comunicação entre a equipe para indicar onde haverá a intervenção cirúrgica e checar se os equipamentos estão funcionando corretamente.
5. Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados com a saúde:
A higienização das mãos parece um ato simples, mas é um cuidado imprescindível. Lavar as mãos frequentemente e da forma correta previne doenças e salva vidas. Esse procedimento deve ser feito antes, durante e após o contato com o paciente.
Além disso, sempre que houver contato com fluidos, equipamentos e superfícies próximas aos pacientes, o profissional de saúde deve fazer a higienização das mãos. Muitos fatores de contaminação não são visíveis, por isso, lavar as mãos deve ser um hábito constante.
A parte estrutural, como a proximidade dos locais para lavar as mãos, quantas pias, dispensers e torneiras estão disponíveis em relação ao número de profissionais de saúde em um andar, merece atenção especial do Núcleo de Segurança do Paciente.
Portanto, a higienização das mãos envolve uma questão comportamental e a conscientização dos próprios profissionais de que essa atitude previne doenças e protege a vida de outras pessoas.
O Núcleo de Segurança do Paciente realiza treinamentos periódicos sobre todas as recomendações da OMS, mas essa em especial deve ser repetida com mais frequência.
6. Reduzir o risco de danos ao paciente decorrentes de quedas:
Em relação a essa questão, o paciente, seus familiares e os acompanhantes também precisam colaborar com os profissionais de saúde do hospital, como sempre ter cautela e não deixar que o paciente passe por situações de risco.
A maioria das quedas de pacientes ocorre no banheiro do leito de internação e o grupo mais vulnerável é o de idosos. As medicações também interferem no reflexo e na noção de espaço dos pacientes.
Os profissionais de saúde devem adotar medidas de prevenção para não causar lesões ou úlceras de pele, principalmente, em pacientes idosos, durante a realização de procedimentos rotineiros do hospital.
Além disso, o Check Up Hospital estabeleceu medidas adicionais para dar ainda mais segurança aos pacientes:
– Hemovigilância: é um conjunto de procedimentos de alerta relacionados ao ciclo do sangue para evitar complicações de saúde.
– Segurança na terapia nutricional: oferecer a dieta mais recomendada para cada paciente.
– Incentivar a participação dos pacientes e suas famílias durante o período de atendimento e internação.
– Notificação e registro de ações de eventos adversos.
O Check Up Hospital gere todos os riscos relacionados à segurança do paciente, desde a análise precisa de uma equipe multidisciplinar e eventos notificados, estabelecendo barreiras para a prevenção de falhas e acidentes.
Se quiser saber ainda mais sobre o assunto, assista ao episódio do podcast Check Up Talks com as profissionais de saúde que atuam com foco na segurança do paciente:
Como comunicar algum incidente
Todos os profissionais de saúde, pacientes, familiares e acompanhantes podem ajudar a melhorar cada vez mais a assistência prestada pelo Check Up Hospital. Qualquer evento adverso que tenha causado danos a um paciente pode ser comunicado.
O Núcleo de Segurança do Paciente recebe notificações de incidentes não intencionais que podem ocorrer durante o atendimento e a prestação dos serviços de saúde. Alguns exemplos são:
- Trocar o nome do paciente.
- Entregar um resultado errado de exame.
- Falhas durante a cirurgia.
- Queda do paciente.
- Administração errada da dieta.
- Problemas relacionados ao uso de medicamentos ou de equipamentos.
Os contatos para notificar qualquer incidente ou eventos adversos podem ser realizados por meio de:
- [email protected]
- (92) 99526-3548 (WhatsApp)
- Procurar diretamente o Núcleo de Segurança do Paciente no Check Up Hospital
O Plano de Segurança do Paciente é um documento interno e tem como objetivo estabelecer estratégias e ações para promoção do cuidado seguro e apresentar ações e estratégias, conforme recomendações da OMS, da Anvisa e do Ministério da Saúde.
A Segurança do Paciente sempre é a prioridade.
Lembre-se: para ter uma vida melhor e mais saudável, é preciso cuidar bem da sua saúde e ter hábitos saudáveis. E você pode contar com o Check Up Hospital para suas consultas e exames médicos regulares.
Caso prefira fazer o agendamento por telefone ou pelo WhatsApp, ou se ficou com alguma dúvida, abaixo estão os contatos à sua disposição:
- Central de Atendimento: (92) 2125-5959
- WhatsApp: (92) 99116-6045 (serviços hospitalares de consultas e exames médicos)
- WhatsApp: (92) 99116-6003 (exclusivo para exames laboratoriais)
- Telefone da Emergência: (92) 2125-5999
Referências:
https://segurancadopaciente.com.br/opiniao/o-que-e-um-nucleo-de-seguranca-do-paciente/
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/servicosdesaude/seguranca-do-paciente/
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/documento_referencia_programa_nacional_seguranca.pdf