Popularmente conhecido como derrame, o acidente vascular cerebral, ou AVC, é uma das principais causas de morte ou incapacitação no Brasil e no mundo.
O AVC pode atingir mulheres e homens tanto na terceira idade como nas fases adulta e jovem e é causado por alguns fatores cruciais como o sedentarismo e a hipertensão, dentre outros.
Decorrente da alteração do fluxo de sangue ao cérebro, o AVC causa a morte de células nervosas da região cerebral atingida, podendo se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente vascular isquêmico, ou de uma ruptura do vaso, conhecido por acidente vascular hemorrágico.
Há dois tipos de acidente vascular cerebral:
- AVCI (Acidente Vascular Cerebral Isquêmico) ou infarto cerebral – mais comum e causado pela falta de sangue em determinada região do cérebro, decorrente da obstrução de uma artéria.
- AVCH (Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico) – causado por sangramento devido ao rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro.

Estatística e problema
Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 70 mil brasileiros morrem por causa de AVC a cada ano e, um em cada 10 que sofre um ataque, vai ser afetado novamente em até um ano depois.
No mundo, o trágico alarme é pela identificação de uma morte por derrame cerebral a cada seis segundos e independente de idade e gênero. A cada ano, cerca de seis milhões de pessoas morrem dessa doença, sendo a responsável por mais mortes anualmente do que as atribuídas à AIDS, tuberculose e malária juntas.
O AVC é a segunda principal causa de morte entre pessoas acima dos 60 anos de idade, e a quinta causa principal dos 15 aos 59 anos. Podendo afetar também crianças, incluindo recém-nascidos.
O AVCI é responsável por cerca de 80% dos casos de derrame, no qual o entupimento dos vasos cerebrais pode ocorrer devido a uma trombose (formação de placas numa artéria principal do cérebro) ou embolia (quando um trombo ou uma placa de gordura originária de outra parte do corpo se solta e pela rede sanguínea chega aos vasos cerebrais).
O rompimento dos vasos sanguíneos se dá na maioria das vezes no interior do cérebro, a denominada hemorragia intracerebral. Em outros casos, ocorre a hemorragia subaracnóide, o sangramento entre o cérebro e a aracnóide (uma das membranas que compõem a meninge). Como consequência imediata, há o aumento da pressão intracraniana, que pode resultar em maior dificuldade para a chegada de sangue em outras áreas não afetadas e agravar a lesão. Esse é o tipo mais grave e tem altos índices de mortalidade.
Aproximadamente 3 milhões de pessoas sofrem AVC em consequência da fibrilação atrial no mundo todos os anos. A doença acomete 1,5 milhão de brasileiros e faz com que o coração bata em um ritmo irregular, fora do padrão habitual. Muitas pessoas com fibrilação atrial não têm sintomas, especialmente quando a sua frequência cardíaca não é muito rápida. Entretanto, os sinais comuns incluem palpitações, tontura, dores no peito e falta de ar. O derrame é a principal complicação desta arritmia, que acontece por causa da formação de coágulos no coração que, ao se desprenderem, chegam ao cérebro. A cada seis derrames, um ocorre em pacientes com fibrilação atrial e 75% das vítimas de AVC por fibrilação atrial ficam severamente dependentes.
Causas e fatores de risco
Alguns hábitos de vida que são reconhecidamente prejudiciais à saúde, são os principais causadores de AVC, destacando-os entre outros fatores:
- hipertensão;
- diabetes;
- tabagismo;
- consumo freqüente de álcool e drogas;
- estresse;
- colesterol elevado;
- doenças cardiovasculares, sobretudo as que produzem arritmias;
- sedentarismo;
- doenças do sangue.
Existem também fatores que podem facilitar o desencadeamento de um Acidente Vascular Cerebral e que são inerentes ao estilo de vida e cuidados com a saúde, como o envelhecimento.
Pessoas com idade superior aos 55 anos possuem maior propensão a desenvolver o AVC. Características genéticas, como ser de raça negra, ou com histórico familiar de doenças cardiovasculares também aumentam a probabilidade de AVC. Esses indivíduos, portanto, devem ter mais atenção e fazer avaliações médicas mais frequentes.
Principais sintomas
Vários sintomas são comuns aos acidentes vasculares isquêmicos e hemorrágicos, como:
- dor de cabeça muito forte e repentina, sobretudo se acompanhada de vômitos;
- fraqueza ou dormência no rosto, nos braços ou nas pernas, geralmente atingindo um dos lados do corpo;
- paralisia (dificuldade ou incapacidade de se movimentar);
- perda súbita da fala ou dificuldade para se comunicar e compreender o que se diz;
- perda da visão ou dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos.
Outros sintomas do acidente vascular isquêmico são: tontura, perda de equilíbrio ou de coordenação. Os ataques isquêmicos podem manifestar-se também com alterações na memória e na capacidade de planejar as atividades diárias, bem como a negligência. Nesse caso, a pessoa ignora objetos colocados no lado afetado, tendendo a desviar a atenção visual e auditiva para o lado normal, em detrimento do afetado.
Aos sintomas do acidente vascular hemorrágico intracerebral podem-se incluir as náuseas, vômito, confusão mental e, até mesmo, perda de consciência. O acidente vascular hemorrágico, por sua vez, comumente é acompanhado por sonolência, alterações nos batimentos cardíacos e na frequência respiratória e, eventualmente, convulsões.
O AVC é uma emergência médica. Se você ou outra pessoa estiver apresentando os sintomas de um derrame, é preciso dirigir-se com urgência ao serviço de emergência do hospital mais próximo para um diagnóstico completo e tratamento.
Saber identificar
Em casos de estar com uma pessoa apresentando alguns sintomas de AVC, é preciso agir rapidamente para poder socorrê-la e levá-la com urgência para ser atendida na Emergência de um hospital.
Existe um teste para fazer com a pessoa com suspeita de ter sofrido o derrame que é conhecido como ‘SAMU’ e consiste em:
- Sorriso – pedir para a pessoa com suspeita para sorrir e observar se um dos lados do rosto não mexe;
- Abraço – não consegue elevar os braços como se fosse abraçar ou um deles não se move;
- Música – pedir para a pessoa cantar repetindo uma parte de uma música e ouvir se ela se enrola nas palavras;
- Urgência – chamar uma ambulância ou ir a um pronto atendimento especializado.
Outros pontos a observar para identificar um AVC são:
- Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar;
- Confusão, alteração da fala ou compreensão;
- Alteração na visão, dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente;
- Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo.

Como prevenir
Com atitudes e hábitos no dia-a-dia é possível prevenir em até 90% dos casos de acidente vascular cerebral.
- Praticar no mínimo 2 horas e meia de atividade física moderada por semana;
- Controlar os níveis de pressão arterial, glicemia e colesterol;
- Não fumar e evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- Usar corretamente remédios e medicamentos;
- Buscar o bem-estar mental, evitando o estresse em excesso;
- Manter alimentação equilibrada;
- Ter uma rotina de check-up de saúde.

Cuide-se
Para melhores cuidados e poder prevenir possíveis riscos de derrames e outras doenças cerebrovasculares e disfunções cognitivas, é possível obter diagnósticos precocemente de demências (como a doença de Alzheimer) e de acidentes vasculares cerebrais, por meio de check-ups periódicos.
A avaliação é efetuada através de análise neurológica e neuropsicológica, além de exames específicos, como eletroencefalograma, angioressonância e ressonância nuclear magnética do cérebro e doppler das artérias carótidas e vertebrais.
O check-up neurológico permite fazer uma análise clínica e um diagnóstico precoce para oferecer a melhor abordagem terapêutica ao paciente. Porque quanto mais cedo tiver o diagnóstico, maiores as chances de controlar a evolução da doença, podendo até mesmo evitar ou minimizar o risco de AVC.
Para preservar ao máximo o funcionamento adequado do cérebro ao longo da vida, é clara a importância de fazer uma avaliação cerebral após os 50 anos.
Uma das grandes preocupações de pessoas idosas é a Doença de Alzheimer, entre as demências, além dos acidentes vasculares cerebrais (AVC). Com foco nisso, o check-up é muito importante para detectar e prevenir possíveis distúrbios, facilitando assim a escolha do tratamento adequado.
Portanto, se você quiser ter maior tempo e qualidade de vida, é preciso ter hábitos saudáveis e fazer um acompanhamento médico das condições de possíveis fatores de risco para decorrência do AVC.
Se neste momento você ainda preferir o agendamento por telefone ou pelo WhatsApp, ou se ficou com alguma dúvida, abaixo estão os contatos à sua disposição:
- Central de Atendimento: (92) 2125-5959
- WhatsApp: (92) 99116-6045
Referências:
https://www.einstein.br/dia-mundial-do-avc
https://bvsms.saude.gov.br/29-10-dia-mundial-do-avc-acidente-vascular-cerebral/
https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/dia-mundial-do-avc/
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